contos hentai

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    Capítulo 20

    O choque

    Hentai, Nudez, Sexo

    Abriu os olhos de repente. Algo a acordara. Sobre a mesa, a vela da noite anterior jazia totalmente queimada. Pela primeira vez sentou-se na beirada da cama apoiando os pés no chão frio de madeira.

    Uma espécie de choque percorreu seu corpo todo a assustando e fazendo com que imediatamente levantasse os pés. ?Droga de chão frio!? praguejou em pensamento. Novamente apoiou seus pés no chão sentindo aquele estremecimento elétrico atingindo cada célula sua. Fechou os olhos e esperou até que acostumasse com o frio presente na madeira do chão. E aos poucos aquela sensação foi diminuindo de intensidade até que desapareceu.

    Levantou com cuidado pondo-se de pé e observou que havia pouca claridade no quarto. Olhou para a janela e viu que o dia não estava tão claro. Será que era dia? No norte as noites costumavam ser longas e claras, talvez fosse esse o caso. Mas sendo dia ou noite, precisava levantar-se de qualquer jeito! Uma sensação estranha a acordara e mantinha-se um pouco em alerta.

    Queria sair do quarto, mas sabia que precisava de alguma cobertura. Estava muito frio. Seu olhar foi atraído para um tecido dobrado sobre a mesa. Caminhou até lá e tomou-o entre as mãos, era macio embora estivesse um pouco gelado.

    ?Uma manta fria? Isso nunca foi problema pra mim...? falou mentalmente enquanto fechava os olhos e concentrava-se ?Acho que já tenho forças para fazer pelo menos isso?. E aos poucos o tecido começou a esquentar entre suas mãos até que estivesse em uma temperatura agradável.

    Quando abriu os olhos sentia-se um pouco cansada. ?Parece que ainda não estou forte o suficiente. Só de queimar um pouco do meu cosmo eu já sinto cansaço!?

    Jogou a manta sobre os ombros e enrolou-se bem nela aproveitando o calor gostoso que esta agora transmitia-lhe. ?Assim está melhor...?

    Ela abriu a porta e saiu do quarto, queria andar nem que fosse alguns passos dentro da cabana. Precisava sentir suas forças retornando, em breve partiria...

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    Pensou que fora somente impressão sua, mas não era. Realmente sentira um cosmo queimar com pouca força na direção da cabana. Só podia ser ela...

    Olhando em volta percebeu que talvez aquela tempestade piorasse um pouco mais dali para frente. Precisava parar o trabalho. Embora conseguisse continuá-lo sem problemas, a moça estranharia sua ausência em meio a uma nevasca tão ruim como aquela.

    ?Ela pode desconfiar e então fugir?

    E começou a andar em direção a entrada da cabana pensando em como aquele sentimento de tristeza pela simples possibilidade de não a ver mais o afetava. Achava que estava começando a se afeiçoar demais à moça.

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    Fazia algum tempo que percebera a tempestade do lado de fora piorar. Estava preocupada com Hyoga. Não o encontrara ali dentro e esperara seu retorno, mas ele estava demorando demais enquanto o tempo em volta da cabana ficava realmente ruim.

    Apesar de ter lhe dito estar acostumado com temperaturas piores do que as daquela região, o frio não era a única coisa a se temer em uma nevasca. E aquele tempo horrível ganhava cada vez mais força, podia ouvir o barulho do vento soprando do lado de fora.

    Foi junto com uma rajada fria de vento que ele finalmente chegou. Ao fechar a porta atrás de si trancou lá fora o som tenebroso da tempestade.

    A moça sorriu e suspirou aliviada por vê-lo de volta e a salvo. Sem perceber, deixou seu olhar perder-se no azul dos olhos dele até que o rapaz interrompeu o contato visual para tirar o casaco. Recriminou-se pelo lapso mental e voltou a olhar para o fogo da lareira a sua frente como fizera durante todo o tempo em que ficara sentada no chão esperando-o.

    - Você não precisa do calor das cobertas? Está tudo bem você estar aqui, fora do quarto? ? era ele perguntando de pé as suas costas.

    Nunca conseguia ouvi-lo movimentar-se e sempre era pega de surpresa com a presença do rapaz tão perto.

    ? O calor do fogo é melhor que o das cobertas. ? respondeu simplesmente.

    Então ele sentou-se ao lado dela no chão observando-a com uma intensidade que a deixou sem jeito.

    ? Então é uma amante do fogo! ? concluiu categórico.

    Voltou-se para encará-lo de cenho franzido.

    ? Num frio desses, quem não seria?

    O rapaz riu de um jeito que a intrigou.

    ? É verdade. ? concordou bem humorado, mas o riso de antes ainda era um mistério.

    Percebendo o semblante sério da moça, Hyoga estranhou.

    ? O que foi? ? perguntou preocupado.

    ? Nada. ? mentiu, não ficar perguntando sobre cada sorriso que ele dava não é? ? Eu lembrei que preciso te dizer uma coisa.

    ? E o que é?

    Olhando fixamente aqueles olhos claros e calmos, seu rosto adquiriu uma expressão de pura emoção.

    ? Eu quero te agradecer. ? o sentimento embutido em sua voz e nos olhos fez o coração dele disparar ? Talvez minha vida não seja das mais preciosas e tão pouco tenha um futuro promissor. Mas sendo ela a única coisa que possuo, sou eternamente grata a você por salvá-la de uma morte no gelo.

    Calor? Era isso que sentia inundar seu coração através do que aqueles olhos negros e sinceros transmitiam? Não sabia explicar, mas ele sentia o peito aquecer-se com a gratidão estampada no rosto dela. Nunca encontrara alguém que mostrasse tanto apreço pela oportunidade de continuar vivendo.

    ? Só fiz o que qualquer um teria feito em meu lugar. ? disse simplesmente, perturbado pelo que experimentava.

    Sorriu e balançou a cabeça devagar, negando as palavras dele.

    ? Não... não é assim. Sei bem disso e agradeço-o do fundo do coração por ter salvado minha vida. Queria que você soubesse disso.

    Ainda sentia aquele calor. Mas por que se afetava tanto com a gratidão dela?

    ? Por que não dizemos apenas que estamos quites? ? disse de repente.

    ? Quites? ? não o entendia.

    ? Sim. ? desviou seu olhar daqueles olhos que provocavam tanta inquietação em seu ser. Estava começando a se angustiar diante daquela gratidão toda. Nem em toda sua vida como cavaleiro deparara-se com uma vontade tão intensa de viver como a que ela lhe passava. Isso o incomodava por alguma estranha razão ? Você me salvou de passar alguns dias sozinho e eu te salvei de... uma tempestade inconveniente.

    Ela riu baixinho voltando a fitar o fogo como ele fazia.

    ? Realmente, foi muito inconveniente. ? e então olhou para ele outra vez e completou séria ? E você ainda deve estar querendo saber exatamente porque eu estava naquele lugar quando fui pega por ela, não é?

    ? Estou?

    ? Seria a reação normal da maioria das pessoas em seu lugar.

    Os olhos dele adquiriram uma espécie de escuridão ou tristeza que modificaram seu semblante por alguns instantes enquanto ele dizia com uma certeza na voz que a surpreendeu.

    ? Eu não sou como a maioria das pessoas.

    Apesar da surpresa inicial por deparar-se com tamanha intensidade em olhos sempre tão calmos, sorriu com suavidade.

    ? Claro que não. ? e então completou em tom bem humorado tentando aliviar a seriedade do rosto dele ? Dificilmente a maioria das pessoas precisa tanto de rosas no meio do gelo.

    Pela primeira vez o escutou rir. E o som, mesmo que baixinho, a agradou muito. Após ver aquele lampejo de tristeza cruzar os olhos dele, descobrira que visualizar esse tipo de sentimento em seu anjo fazia seu coração gelar de angústia.

    ? Por isso eu disse que estamos quites. Você é uma boa companhia para mim.

    Então ela se lembrou que não poderia ficar mais tempo ali, isso a entristeceu. Baixou o olhar e abraçou-se mais à manta que a envolvia. Partiria tão logo o tempo melhorasse.

    ? Está com frio? ? perguntou ao vê-la encolher-se.

    ? Não, estou bem. ? ?Será que nada passa despercebido a ele??

    ? De qualquer forma vou fazer um pouco de chá bem quente para você. ? disse já se levantando.

    ? Não, não precisa! ? exclamou.

    ? Recusando meu chá? ? disse em falso tom de reprovação ? Desse jeito vou ficar ofendido!

    A moça riu da brincadeira dele e tentou se redimir da ?desfeita? que estava fazendo.

    ? Desculpe, eu só não quero dar mais trabalho para você.

    ? Ah... isso não é trabalho algum. Tenho imenso prazer em cuidar de uma moça tão bonita. ? disse sorrindo com charme e depois se afastou para a cozinha preparar o chá, sem perceber que ela ficara corada diante do elogio que fizera.

    Acompanhou-o com o olhar pensando em como é adorável. Com um sorriso nos lábios, voltou a olhar para o fogo. Fazia muito tempo desde que alguém cuidara tão bem dela, havia se esquecido de como era bom ter uma pessoa zelando por nós.

    ?Não se acostume com isso, Aska. Você não ficará mais do que uma noite na companhia dele.? repreendeu-se em pensamento. ?Se a mestra visse isso.... com certeza diria que estou ?deixando meu objetivo de lado? por causa de um par de belos olhos azuis.? e riu de si mesma. Lembrar-se da mulher forte que a treinara fez seu coração encher-se de doces memórias. Recordações do tempo em que fora feliz e não sabia disso.

    ? Os bons tempos nunca voltam... ? disse refletindo em voz alta.

    ? Só se você permitir. ? era ele novamente, pegando-a de surpresa com suas aparições silenciosas.

    ?Como consegue mover-se sem fazer nenhum ruído? E por que tem que me pegar sempre de surpresa?? Examinava o rosto do rapaz como se assim fosse achar a resposta.

    Sem a menor cerimônia ele voltou a sentar-se ao seu lado e entregou-lhe uma das duas xícaras com chá que trazia consigo.

    Ela aceitou murmurando um agradecimento qualquer e procurou evitar o olhar inquiridor dele.

    ? Está com saudades? ? perguntou de repente.

    ? Saudades?

    ? Sim. Dos seus amigos na vila.

    ? Ah, isso... ? e calou-se com ar triste.

    Ele insistiu.

    ? É por isso que disse que os bons tempos nunca voltam?

    ? Não. É por outra coisa.

    ? Que coisa?

    ? Estava me lembrando de quando era pequena no lugar em que cresci. ? a voz dela trazia um certo tom de melancolia.

    ? Imagino que esses três dias longe de casa estejam perturbando-a, não é?

    ? A única casa que conheço é o meu coração. E faz muito mais que três dias que estou longe dela. ? isso realmente era a mais triste verdade, embora ainda soubesse apreciar as boas coisas da vida, como estar perto de um anjo ? Eu não tenho amigos na vila. Morava ali há pouco tempo.

    ? Morava?

    ? Sim. Como te disse, eu estava deixando-a quando a tempestade me pegou. ? explicou.

    ? Entendo...

    A moça estranhou a falta de uma pergunta sobre porque deixava a vila. Mas pensou que era melhor assim, sem perguntas não precisaria sentir-se inclinada a revelar mais coisas sobre si do que a razão permitia.

    ? Então você também não é daqui. ? concluiu o rapaz.

    Ficaram os dois em silêncio tomando chá e observando o fogo arder na lareira, ambos perdidos em seus próprios pensamentos.

    ? Posso lhe fazer uma pergunta? ? não conseguiu se segurar.

    ? Claro.

    ? O que você faz com as rosas que consegue na vila? ? encarou-o realmente curiosa. Dentre todas as coisas que não sabia sobre ele, aquela era a que mais a intrigava. Qual a finalidade daquelas flores em meio ao gelo?

    O rapaz sorriu de um modo tão terno e carinhoso que ela quase perdeu o fôlego. E foi com um sentimento indefinível no olhar que respondeu simplesmente:

    ? Eu presenteio a mulher que mais amo com elas.

    ? Ah... ? voltou-se para o fogo e tomou um pouco do chá a fim de disfarçar a pontada de decepção por saber que ele já amava uma moça. Também, o que ela esperava? Um rapaz bonito e gentil desse jeito não podia estar solteiro!

    Hyoga percebeu o lampejo de tristeza nos olhos dela ao escutá-lo dizer que havia uma mulher que amava muito. Sentiu vontade de rir por causa do mal entendido, mas conteve-se. Resolveu contar um pouco mais das coisas para ela.

    ? Minha mãe morreu num naufrágio no mar do Ártico quando eu ainda era criança. Desde então eu sempre levo rosas para o túmulo dela. ? claro que não ia dizer que para isso mergulhava muitos metros no fundo do mar congelado até onde sua mãe se encontrava para entregar a rosa ? Ela é a mulher que eu mais amo.

    Agora sim ficara mais do que surpresa, estava pasma com a revelação, e com uma pontada de alegria. Então essa sensação foi substituída pelo pesar por saber da tragédia da vida dele.

    ? Eu... eu sinto muito. ? conseguiu murmurar baixando o olhar para a xícara que tinha entre os dedos, não sabia o que dizer para ele. Desde que se entendia por gente era sozinha, nunca tivera pais e por isso não tinha noção de como era perdê-los, só sabia que devia ser uma perda muito dolorosa.

    ? Tudo bem, não precisa ficar assim. ? levou a mão até o queixo dela e tocou-a com a ponta dos dedos para fazê-la encará-lo.

    Uma espécie de choque elétrico se irradiou por cada célula de seu corpo pelo contato com a pele dela, imediatamente recolheu a mão. Ambos se olhavam assustados com o fenômeno.

    Hyoga olhou para a mão que havia tocado-a. ?O que foi isso que senti?? perguntou-se. Já ouvira falar que quando tocamos uma pessoa pela qual nos sentimos atraídos, é como se levássemos um pequeno choque. Mas sentir um choque elétrico literalmente era o cúmulo. E pelo jeito, ela sentira o choque também. Estendeu a mão novamente em direção ao rosto dela e encostou a ponta dos dedos numa das faces.

    Outro choque! Dessa vez a moça afastou o rosto interrompendo o contato. Levou a mão àquele local enquanto o encarava agora com olhos intrigantes.

    ? Não faça isso. ? pediu ela ? Quando você me toca sinto um choque.

    ? Eu também... ? foi a única coisa que conseguiu dizer voltando a olhar para sua mão, ainda sem entender aquilo.

    ? É o frio. ? disse a moça de repente fazendo com que imediatamente ele levantasse os olhos muito abertos para encará-la.

    Depositando a xícara de chá do lado, ela olhou-o enigmática e com todo o cuidado tomou a xícara dele para colocar junto da sua. Depois fitou-o de modo intenso e começou a dizer suavemente:

    ? Essa mão sua está fria... Isso causa o choque quando me toca. ? a manta que a envolvia veio totalmente ao chão quando ela inclinou-se em direção a ele.

    Aska levou sua mão à face do rapaz com cuidado tocando-a de leve com a ponta dos dedos e sem desviar os seus olhos dos dele.

    Novo choque! Rapidamente interrompeu o contato, mas continuou fitando-o com intensidade e inclinou-se mais para ele.

    ? Seu rosto também está frio... ? falou com o rosto a centímetros do dele.

    Hyoga estava hipnotizado pelos olhos dela. Não agüentaria aquela proximidade por muito tempo...

    ? Você é como um anjo. ? falou rouca e fez uma pausa observando cada detalhe do rosto bonito ? Os anjos não devem ser frios... ? e com um movimento rápido segurou o rosto dele com ambas as mãos e colou seus lábios num beijo ardente.

    Sentiam aquele choque percorrer seus corpos, mas isso só servia para dar-lhes mais energia enquanto se beijavam. Automaticamente as mãos dele seguraram a cintura dela puxando-a para mais perto aumentando o contato dos corpos enquanto aprofundava o beijo. Aos poucos o choque do contato foi diminuindo até desaparecer, em contrapartida a paixão nos lábios crescia cada vez mais fazendo com que um calor gostoso invadisse cada célula de seus corpos. As mãos dela deslizaram do rosto dele para a nuca puxando-o para mais perto enquanto sua língua experimentava mais daquele gosto delicioso. Quando Hyoga estreitou-a completamente nos braços, ela soltou um gemido de puro êxtase redobrando a intensidade com que o beijava. As línguas tocavam-se sem qualquer pudor passando de uma boca a outra em busca daquela maciez que somente os amantes conheciam.

    Estava se perdendo nos lábios dele, não sabia como, mas era isso que acontecia, sentia que seu corpo derreteria-se entre os braços dele a qualquer momento. Sentir o gosto daquela boca fizera-a perder completamente a razão e somente pensar em ter mais daquele calor que a aquecia. Com o corpo colado a ele, inclinou a cabeça de lado mudando o jeito como seus lábios moviam-se sobre os dele aumentando o prazer obtido com a carícia.

    Então a necessidade de respirar falou mais alto e ela interrompeu o beijo para tomar fôlego, abriu os olhos para fitá-lo encontrando o calmo azul dos olhos dele escurecidos pelo desejo enquanto a olhava. ?Anjos são doces...? pensou continuando a olhá-lo bem de perto esperando que o ritmo das batidas de seu coração diminuísse. Se não fizesse algo voltaria a beijá-lo, por isso envolveu o pescoço dele com ambos os braços e deitando a cabeça em seu ombro e fechou os olhos procurando se acalmar.

    Olhava-a entre seus braços e só pensava em jamais soltá-la. Suas mãos deslizaram pelas costas dela carinhosamente aprofundando o abraço, queria ter certeza de que estava bem segura junto de si. ?Não vou perder uma pessoa que gosto outra vez!? prometeu para si mesmo abraçando-a mais carinhosamente ainda.


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