contos hentai

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    18
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    Capítulo 19

    A tranquilidade

    Hentai, Nudez, Sexo

    Acordou de noite. O quarto estava mergulhado na penumbra. Sobre a pequena mesa ao lado da porta brilhava a luz de uma vela já pela metade, indicando que havia passado muitas horas acesa. Devia ser tarde àquela hora.

    Sentia-se melhor, menos cansada pelo menos embora ainda estivesse meio fraca. O rapaz tinha razão, precisava de descanso para recuperar-se.

    Sentada na cama começou a colocar os pensamentos em ordem...

    Há alguns meses morava na vila numa região gelada de difícil acesso e próxima das montanhas do norte. Vivia sozinha e não tinha ninguém, já estava acostumada com isolamento e não teve problemas com o fato de estar entregue à própria sorte. Mas não era só isso, além de sozinha ela era uma fugitiva! Cometera um crime que amaldiçoara sua alma e a desonrara para sempre. Jamais voltaria a ser a pessoa que fora.

    Ações têm conseqüências, e as suas não escapavam à regra. Havia pessoas a sua procura para fazê-la pagar pelo crime, era caçada! Fugira para aquela vila pensando que estaria a salvo, mas em pouco tempo descobrira que seus perseguidores a seguiram, estava para ser descoberta...

    Precisara sair no meio da noite escondida de todos, durante uma tempestade que encobriria seus rastros na neve, mas o frio vindo das montanhas era maior do que previra. Acabara sucumbindo em meio ao gelo. Pensara que havia chegado seu fim antes de tudo tornar-se apenas escuridão diante de seus olhos. Mas agora estava ali, viva, em uma cabana na floresta sendo cuidada por um rapaz chamado Hyoga.

    - Hyoga... ? falou para si mesma como se considerasse o som da palavra ? Um nome interessante...

    ?...e olhos mais interessantes ainda...? completou em pensamento. A lembrança da calma naqueles olhos tanto a intrigando quanto a agradando. ?Pare de pensar em coisas inúteis!? recriminou-se mentalmente. E daí que os olhos azuis do rapaz eram calmos ou bonitos? Estava viva! E enquanto vivesse precisava pensar somente numa coisa: fugir! Não importando para onde, precisava fugir até o fim do mundo onde não pudesse ser encontrada!

    Cobriu o rosto com as mãos, desiludida com sua situação. Que tipo de vida escolhera para viver? O que fizera com seu futuro? Teria um futuro? Eram perguntas que tanto a entristeciam quanto a confundiam, já nem lembrava-se mais porque tivera que ser assim, não lembrava-se mais dos motivos pelos quais complicara tanto sua vida em tão pouco tempo. ?O que será de mim?? foi o último pensamento que lhe ocorreu antes de ouvi-lo.

    - Sente-se bem?

    Levantou o rosto imediatamente ao escutar a voz suave. Quando ele entrara? Como não percebera? Desde quando ele... Mas em vez de fazer esse tipo de pergunta limitou-se a respondê-lo. Aliviou a expressão em seu rosto e sorriu de leve para o rapaz.

    - Estou bem.

    - Que bom...

    Só então ela percebeu que ele trazia algo entre as mãos. Caminhou até a cama e estendeu-lhe uma xícara fumegante.

    - Tome, vai ajudá-la a recuperar suas forças.

    - Obrigada. ? agradeceu timidamente pegando a xícara e fazendo como ele dissera. O que quer que aquela bebida fosse, tinha um gosto muito bom!

    - É um chá de raízes, dá energia e aquece o sangue no frio. ? falou ele como se respondesse aos seus pensamentos.

    - É muito bom! ? elogiou ela.

    - Seu corpo entrou em choque por causa do frio e passou a noite toda em febre depois que eu trouxe você para cá.

    - Há quanto tempo estou aqui?

    Ele olhou-a de um jeito estranho e depois respondeu:

    - Passou quase dois dias desacordada. ? e completou calmamente tentando tranqüilizá-la ? Não se preocupe com o tempo agora, você precisa se recuperar.

    Baixou os olhos para a xícara que tinha entre suas mãos, sentia-se incomodada. ?Dois dias desacordada? Então eles já poderiam ter...?

    - Já falei, não se preocupe com nada. Cuidarei de você. ? falou ele pegando-a de surpresa, vira a expressão triste no rosto da moça e quis ajudá-la.

    - Eu... obrigada mais uma vez. ? sorriu para o rapaz.

    ?Não sinto perigo, apenas tranqüilidade. Acho que não preciso mesmo me preocupar... pelo menos não agora.?

    - Ainda não sei como devo chamá-la. ? interrompeu os pensamentos dela ? Qual é seu nome?

    - Eu... ? seria seguro dizer o seu nome? - ...meu nome é Aska. ? revelou por fim. Sentia-se segura com ele, talvez não houvesse problema em dizer seu nome, além do mais, estava cuidando dela, pelo menos devia isso a ele!

    - Aska... existe alguém que você queira avisar? Alguém na vila que esteja preocupado com você?

    O rosto dela tornou-se sombrio.

    - Não, não tem ninguém. Eu sou sozinha... ? falou baixinho.

    - Entendo... ? sabia como era sentir-se desse jeito por isso resolveu mudar de assunto ? O que fazia na floresta no meio de uma tempestade como aquela? Você poderia ter morrido, sabia?

    - Creio que ainda não há lugar para mim no mundo dos mortos. ? disse como para si mesma e continuou mais claramente ? Eu deixava a vila, a tempestade me pegou no caminho. ? mentiu respondendo à pergunta dele. Não podia dizer que era uma fugitiva!

    - Sei... ? disse enigmático e completou em tom normal ? De qualquer forma era muito perigoso, deveria ter voltado para a vila assim que viu a tempestade começar!

    - É... Mas você também estava lá. O que fazia no meio da tempestade? Como me encontrou e sobreviveu àquilo? ? estava intrigada, e queria mudar de assunto ao mesmo tempo. Como ele não sucumbira à tempestade também?

    - Eu estava voltando para cá, encontrei você no caminho e a trouxe. Além do mais, estou acostumado com essas tempestades e temperaturas muito baixas. ? respondeu simplesmente como se fosse a coisa mais comum do mundo ajudar pessoas no meio de uma tempestade de neve com temperaturas abaixo de 30 graus negativos!

    - Então você é dessa região?

    - Não. Sou de um lugar mais ao norte, próximo ao mar congelado do Ártico. Venho para cá de vez em quando.

    - Sua família mora aqui?

    Balançou a cabeça negativamente.

    - Sou sozinho também.

    - Então por que...

    - Venho para cá, pois esta é a vila mais próxima que possui algo de que preciso. ? disse sem esperar que ela terminasse a pergunta do por que vinha para aquela região.

    - Comida?

    - Não... Rosas.

    - Rosas?! ? surpreendeu-se ela. ?Por que alguém precisaria de rosas em uma região tão fria?? Olhou-o de cima a baixo analisando-o e tentando ver se descobria porque um rapaz bonito e forte daqueles precisaria de rosas. Resolveu que perguntar isso seria muita ousadia de sua parte e ficou calada.

    - Durma mais essa noite. ? delicadamente tomou a xícara das mãos dela ? Amanhã cedo já irá sentir-se recuperada por completo.

    - Nem sei como te agradecer por tudo. Você salvou minha vida! ? disse fitando-o sinceramente agradecida de todo o coração pelo que ele fez e vem fazendo cuidando dela.

    - Ficar boa já é agradecimento suficiente. ? disse sorrindo com aqueles mesmos olhos calmos que davam-lhe tanta tranqüilidade.

    Hyoga deu-lhe as costas e dirigiu-se para a porta. Antes de sair virou-se com um último sorriso e falou:

    - Se precisar de qualquer coisa é só chamar meu nome, virei imediatamente. ? fitou diretamente os olhos dela ? Boa noite...Aska. ? e saiu fechando a porta atrás de si.

    O jeito como ele disse seu nome arrepiou-a. Como ele era encantador!

    O que os deuses pretendiam permitindo que um anjo desses cuidasse dela? Acreditava não ser mais digna desse tipo de privilégio, o privilégio da vida e da tranqüilidade que experimentava na presença dele. ?Loiro, olhos azuis e pura bondade. Parece um anjo mesmo!?

    Adormeceu pouco depois para seu primeiro sono repleto de sonhos, o primeiro em muito tempo! Sonhou com um adorável anjo de cabelos dourados e os olhos azuis mais calmos que jamais vira transmitindo-lhe uma grande tranqüilidade.


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