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Os personagens pertencem aos seus devidos donos. História feita de fan para fans, sem fim lucrativo. Plágio é crime! Crie vergonha na cara e dignidade em sua escrota vida e invente suas próprias estórias, se precisar de ajuda para isso pode contar comigo! ;}
~ Coincidência ou não, eu também te amo ~
Capítulo único
Ele havia dito que amava-o, mas Roger apenas o rejeitara.
Era de seu feitio fazer aquele tipo de coisa, rejeitar e ignorar pessoas que extrapolavam o limite que ele mesmo criara, e Reno não havia sido exceção.
Apaixonara-se por ele, traíra-o, enganara-o. Mas, pensando bem, no fundo, havia sentido certa satisfação ao ouvir tais palavras, embora houvesse se enchido de medo e receio, confessava.
Muitos haviam se confessado para si, mas com Reno era diferente. O rapaz havia se mostrado compreensivo, havia se tornado seu amigo. Ele não o julgava, embora visse em seus olhos que não concordava muito com aquela situação.
Reno era belo e inocente, e chorava com muita facilidade, comovendo Roger como nunca ninguém fizera. Nunca abraçara ninguém em sinal de apoio nem sorrira encorajador, dizendo firmemente que tudo ficaria bem. Iludia o outro, e também se iludia, porque em seu íntimo se perguntava quem precisava mais daquelas palavras: Reno ou ele.
Conseguia manter o rapaz afastado o bastante, corrigindo: conseguira por muito tempo. Dividir o quarto com o outro era divertido e simples, ponto. Não havia dificuldades, já que ele aceitava tudo numa boa, mas, por um deslize, tudo desmoronou.
Depois que Reno o pegara no flagra fazendo sexo com o senpai uma corrente de situações acabou com a frágil amizade que havia entre eles. Logo em seguida, aparentemente, ele se descobrira apaixonado. A reação em cadeia teve seu estopim quando descobrira que o rapaz não havia jogado sua carta fora.
Foi o fim.
Abandonou o quarto sem pensar duas vezes. Abandonou Reno sem olhar para trás.
Voltar ao passado e contar tudo para ele não foi fácil, mas Roger sentiu necessidade de se abrir. Nunca havia o feito e talvez fosse o momento, não tinha certeza se o lugar e a pessoa que lhe escutava o eram, mas não ligou muito, era um detalhe superficial.
Contou tudo, tudo, sentindo o alívio do desabafo tomar-lhe o interior. Quem dera soubesse antes como aquilo iria ajudar!
No fim, voltou para o quarto que dividia com Reno, mais ninguém o havia aceitado consigo, era fácil prever o porquê.
Inicialmente o evitou a todo custo, chegado tarde apenas para não ter que vê-lo, aqueles olhos grandes e tristes, ou felizes, por ele estar ali. Passava horas e horas em lugares paralelos, mas era sagrado que voltasse pouco antes ou depois da meia-noite.
E ele sempre estava lá, deitado, fingindo dormir. Sua respiração meia agitada o denunciava, e Roger não conseguia evitar sorrir, afinal, sentia um sentimento sufocante invadir seu peito por imaginá-lo lhe esperado.
O que era aquilo? Aquela felicidade em vê-lo, em ver que se preocupava consigo? Era um estranho êxtase que, aos poucos, Roger entendeu: estava amando aquele menino.
Conversar com o senpai sobre isso parecia uma ideia constrangedora, mas não havia mais ninguém com quem ele pudesse contar. Conversou seriamente com o mais velho enquanto tomava, internamente, uma decisão: estava na hora de se reerguer, de deixar o passado no passado e mudar seu modo de vida, faria isso por Reno, mesmo que, no fim, ele não mais o quisesse.
Toby viera estudar com Reno, mas, no fim, todos, inclusive Roger, se juntaram na sala de estar dos dormitórios, aprendendo e tirando suas dúvidas juntos, um com o outro.
Foi uma noite divertida, e ninguém diria que um dia, o tão famoso Casanova, estaria em um momento tão comum, sorrindo e participando daquela pequena bagunça.
Nunca se cansaria de admirar Reno, e não era só a beleza externa do rapaz que lhe encantava. Ele possuía uma personalidade única: gentil, educado, sensível...
As curtas horas que passara naquele ambiente foram mágicas para Roger, que nunca convivera com um clima tão calmo e agradável. A volta para o quarto foi envolta em silêncio, e foi reunindo toda a sua coragem que ele fez aquilo que há muito queria fazer.
Quando se debruçou sobre o outro, decidido, sabia que estava trilhando uma linha perigosa: ou daria certo ou estaria estragando tudo. Ariscou, com o coração na mão, beijando-lhe a boca suavemente. Um longo roçar que pareceu apenas segundos.
Aquela sensação em seu peito não podia ser real. Aquilo nem era um beijo de verdade!, por que, então, sentia seu peito se encher de satisfação e seu corpo se arrepiar de desejo como nunca fizera antes?
Sua vontade era de se afundar naqueles deliciosos lábios, mas sentia a hesitação de Reno. Se afastou. A confirmação de que era seu primeiro beijo e a visão do belo rosto pintado com tons fortes de carmim fê-lo sorrir para si mesmo, colocando sua cabeça no peito do outro, fechando os olhos.
Aquela sensação era tão boa. Desejava nunca mais sair dos braços de Reno...
Tomou uma decisão. Desistiu daquela vida de ?sexo por dinheiro?. Apesar de ser algo que nunca se imaginara fazendo antes, teve um gostinho doce em seus lábios, afinal, não havia mágoas, medos, receios ou segundos pensamentos: iria recomeçar.
Ainda precisava do dinheiro, mas conseguira uma pequena ajuda daquele que por algum tempo lhe amara, e, infelizmente, iria magoá-lo escolhendo outro, mas não tinha escolha: tinha que ser Reno.
Quando entrou no quarto, dessa vez cedo, um pouco depois das dez, fitou Reno serenamente. Ele estava lindo como sempre. Os olhos expressivos e cor de vinho, o cabelo castanho levemente desarrumado, a face corada, tudo como imaginava em seu mais íntimo pensamento.
Não hesitou em momento algum antes de contar, e a surpresa em sua expressão não lhe surpreendeu. Muito pelo contrário, era como se ele soubesse que um dia aquilo aconteceria.
Não duvidaria do amor.
Amor... Por que estava pensando naquilo?
Roger achou Reno extremamente fofo com ciúmes, depois de um senpai beijar-lhe a bochecha de leve. Era só um beijinho inocente, provocante, mas sentira-se feliz em saber que o outro reagia exatamente como alguém apaixonado deveria agir. Era encantador.
Depois desse episódio Roger ficou intrigado, confessava. O clima entre eles era agradável, mas não era o que ele queria. Queria mais, muito mais. Queria-o todo para si.
Quando a noite caía ele pulava para a cama de Reno, abraçando-o, dormiam os dois juntinhos. Era tudo muito inocente e, embora ele não estivesse acostumado com aquilo, estava achando encantador: era a primeira vez que se envolvia com alguém sem ser com sentimentos pervertidos ou gananciosos, não, ali, com Reno, queria apenas sua presença, seu amor, sua confiança.
Era apenas o que precisava, Roger precisava dele.
Os beijos inocentes começaram a lhe inquietar ao ponto em que não mais suportou. Em um impulso primitivo, ou animal, não sabia exatamente, beijou-o de modo mais profundo, sentindo o sabor dos lábios com sua minha língua, querendo mais que aquilo, mais dele.
Mas Reno o afastou num impulso, surpreso, aflito, receoso. Os olhos cor de vinho se focando em vários pontos do quarto, menos na figura altiva e confusa à sua frente.
Com surpresa o rapaz comentou sobre beijo de língua, atordoado, e Roger se lembrou que ele era inocente demais para aquelas coisas. Se condenou, já pensando em se afastar, arrependido. Iria pedir desculpas, mas foi surpreendido quanto, se erguendo a ponta dos pés, Reno lhe beijou, tocado em seus lábios com sua língua, convidando-o para um beijo mais profundo.
Tomando o controle da situação, Roger beijou-o forte e gentilmente, sabendo o quão estranho e surpreendente tudo aquilo deveria estar sendo para o outro. Saber que havia sido seu primeiro amor também lhe deixava satisfeito, que havia roubado-lhe os primeiros beijos, tudo isso era um bônus da vitória de ter conseguido sua atenção, de ser seu amigo, de estar com ele.
E, como imaginava, ele tinha um gosto doce e viciante, excitante, capaz de levá-lo aos céus em segundos.
Era uma tarda agradável e os alunos haviam decidido sair para fora, fazer exercícios, se divertir, mas Roger não queria, não gostava daquelas coisas. Eles haviam convidado Reno, mas, para não deixá-lo, o rapaz se recusou a ir.
Estavam agora os dois sozinhos.
E embora Roger estivesse feliz por tê-lo ali, algumas lembranças do passado haviam lhe afligido. Afinal, era um ser humano, falharia algumas vezes na missão de esquecer a dor do passado.
Perdido em seu sofrimento, se viu levantando e abraçando Reno quando o rapaz se despia, tocando-lhe o corpo com calma, o desejo explícito em seu toque à pele morna. Ele era tão alvo, tão delicado, sentia vontade de marcá-lo todo, cada pequena parte de seu corpo. Sussurrou que o queria, suspirou de prazer diante da sensação do outro corpo contra o seu. Estremeceu ante a possibilidade de tomá-lo para si.
Em um impulso frenético, Reno o aceitou, correspondendo ao apaixonado beijo que, logo em seguida, Roger lhe deu, empurrando-o para a cama.
A partir daí tudo se tornou apenas beijos, toques, carinhos. Roger despia-o lenta e calmamente, beijado, como prometera, cada partícula de seu corpo. Excitou-o com chupões por toda a pele e mordeu-lhe os lábios, os mamilos, deslizou a língua por seu umbigo, pelo pescoço.
Ele era um amante ardente, ávido. Tentava Reno de tal forma que ele se sentia envergonhado de sua explícita ereção no elevado volume da calça. Mas tal fato não assustou Roger, pelo contrário, apenas o levou a continuar a proporcionar prazer ao outro.
Quando ergueu o tronco, beijando com doçura o outro, entrelaçando uma língua na outra, sua mão se aventurou para baixo e para baixo, inquieta, intensa, febril. Não havia volta quando Roger tocou o membro sexual ainda dentro da calça, gemendo deliciado pelo profundo arrepio que lhe arremeteu em um espasmo de prazer.
Logo tudo virou borrões, leves lembranças de momentos únicos. Roger se despiu, preparando Reno, penetrando, consolando-o, se movimentando. O suor escorria de sua testa e os lábios, entreabertos, soltava levemente os sussurros e gemidos, ávida por mais beijos.
Quando o ápice chegou, poderoso, enlouquecedor, maravilhando não só para Reno ? por ser sua primeira vez ?, mas também para o Brouwer ? que nunca havia sentido aquelas sensações com ninguém.
Quando, deitado sobre Reno, com a cabeça em seu peito, e a respiração ainda levemente descompassado pelo ato anterior, Roger adormeceu, tudo o que sobrou foram as lembranças.
Abraçando-o levemente, Reno sorriu. Havia sido muito mais difícil do que imaginava, mas valera a pena.
? Roger ? chamou a voz suave um pouco irritada.
? Sim, Reno ? respondeu o outro, abrindo apenas um olho e fitando o namorado.
? Você estava distante ? comentou hesitante ?, no que estava pensando? ? questionou aflito.
Reno temia, a todo momento, que seu namorado, de repente, voltasse à vida que possuía antes, vendendo seu corpo por dinheiro ? ou talvez apenas para se sentir querido por um curto tempo.
O problema era que Reno não se sentia bom o suficiente para o rapaz, que era tão alto, bonito, talentoso e perfeito, muito tudo para o simples, chato e chorão namorado.
? Estava pensando em você, em nós ? comentou, deixando o outro ainda mais aflito.
? Você quer terminar? Eu não sou bom o suficiente? ? questionou histérico, levantando da cama. Iria sair, mas foi impossibilitado pelas mãos de aço prendendo seu pulso.
? Do que você está falando? ? perguntou Roger preocupado, sabia o quão vulnerável seu namorado era e, sinceramente? Adorava aquilo nele.
? Eu sei que não sou bom o suficiente. Diga logo que quer terminar e eu sofrerei menos! ? gritou, se debatendo, as lágrimas visíveis para Roger fizeram seu coração se apertar e, puxando-o para si, abraçou-o carinhosamente, aninhando-o contra si enquanto descansava o rosto em seu pescoço cheiroso.
? Você está pensando besteiras ? comentou calmo, algo tão característico de si. Precisava ser cuidadoso ao lidar com Reno.
? Você? ? iria falar, mas Roger o calou com um longo selinho.
? Shii? Eu não disse nada sobre terminar; você não vai conseguir se livrar de mim tão fácil, Reno. ? o rapaz abriu a boca para falar, mas, com um acenar negativo de Roger, ele se calou. ? Eu estava lembrando-me de quando nos conhecemos, de como eu o amava antes mesmo de saber. Estava me lembrando das nossas primeiras vezes, de com você é fofo com ciúmes e de como sou afortunado por tê-lo comigo. Você é um presente de Deus para mim, um pecador recebendo um anjo protetor.
? Não exagera ? comentou corado, virando o rosto para o lado, tentando esconder sua timidez.
? Não estou exagerando. Eu te amo Reno, não sei o que faria sem você. Vamos sair daqui, nos mudar, morar juntos. Arrumaremos um emprego, dividiremos as despesas. Faremos tudo como você quiser, amor? ? disse sorrindo amoroso, abraçando o rapaz e colando seus lábios.
O longo e carinhoso beijo era como um selo, garantindo que cumpriria suas palavras. Abraçando-o feliz, Reno sorria não só com os lábios, mas também com os olhos. O tom raro de vinho brilhando como rubis escurecidos pelo tempo e lapidados cuidadosamente.
? Mesmo? ? questionou feliz, diante da resposta positiva só pôde se jogar em cima do namorado, beijando-o apaixonadamente.
Eles se amavam e enfrentariam o mundo e as circunstâncias para ficarem juntos.