Master of Warriors / Mestre dos Guerreiros

  • Nemo
  • Capitulos 5
  • Gêneros Ação

Tempo estimado de leitura: 2 horas

    12
    Capítulos:

    Capítulo 5

    Nunca é tarde para recomeçar

    Linguagem Imprópria, Violência

    Ok gente, esse foi o último capítulo que escrevi, o que vocês acharam da história? Me deem suas opiniões se devo continuar a escrever ou o que melhorar. Me sinto muito grato por todas as visualizações! Brigadão gente! ^^

    Cap.5 ? Nunca é tarde para recomeçar.

    Ivan acorda com a imagem de um teto branco, tinha lembranças daquele teto, mas nada boas, com exceção do travesseiro voador. Com o retorno de suas memórias tentou se levantar o mais rápido possível, mas sua cabeça doía muito sem contar com uma grande tonteira, após soltar alguns urros de dor ele observa a situação. Seu nariz estava coberto por gesso, não podia levantar a própria cabeça sem ser tomado por dor e tontura, tudo era obvio demais, golpe recebido na noite anterior foi forte a ponto de deixá-lo nocauteado e parecendo um palhaço.

    Olhando fixamente para o teto ele refletiu sobre as ações que havia tomado nos últimos dias, tanto Oculus quanto Akira estavam certos, ele não sabia como tratar uma pessoa de forma correta nem fazer a coisa certa, tudo que ele tentava fazer só piorava as coisas. Sua popularidade como lutador já era baixa e agora socialmente era um fiasco. Tudo parecia estar dando errado, o título quanto seu paraíso se distanciavam cada vez mais. Seu peito se encheu de tristeza e ódio de si mesmo, nunca imaginara que iria ser carregado por um estranho que tentava conhecer para um hospital, nem que iria deixar duas garotas furiosas com ele.

    O silêncio parecia pesar até ser cortado pelo som da porta correndo e uma enfermeira cantarolando entrando no cômodo. Era Myah aparentando estar bem feliz, mesmo sabendo que Ivan estava novamente lá. Ele por sua vez continuou indiferente, olhando para o teto, se culpando.

    (Myah)-Que dia lindo não é?! Principalmente quando uma pessoa indesejada está em sua casa novamente! (cantarolando)... Eu tenho ouvido boas estórias suas senhor Ivan! Perdendo três vezes seguidas por ter sido arremessado para fora da arena, aprendendo mágica com o prefeito, comprando briga com um veterano, quase começando uma matança após brincar com peças íntimas de uma garota e ainda ter a cara de pau de vir aqui! O senhor não tem mesmo respeito pela sua própria vida!

    Ivan continuava a encarar o teto

    (Myah)-Huuum... Então como eu posso tornar sua morte o mais acidental possível?! Hum?!

    Ivan respondeu com uma voz fria e direta.

    (Ivan)-... Como desejar... Eu sou um idiota mesmo...

    (Myah)- Heh? O que o senhor disse?!

    (Ivan)-Eu sou um completo idiota... Desde que eu cheguei aqui eu só tenho causado problemas, eu tentei entrar no torneio e até agora eu só obtive derrotas, ninguém me respeita mais e todo mundo que eu tentei me aproxima agora me odeiam mais que tudo. Parece que eu sou amaldiçoado a ter esse mesmo destino não importa aonde eu vá.

    (Myah)-Mas... Então o senhor fazia o que antes de vir para cá?

    (Ivan)-Eu era um nada, um ladrãozinho de rua qualquer, roubando pão para sobreviver que para salvar um colega retardado teve que sacrificar a própria vida. Mesmo depois de ter sido salvo e vir parar aqui... Eu continuo a mesma merda. Eu ganhei uma chance para recomeçar e mudar de vida, e eu simplesmente jogo no lixo... Eu... Realmente estou destinado a ser um lixo. E eu sempre achava que estava fazendo a coisa certa, que piada.

    (Myah)-... Bom, então... Eu vou realizar o seu pedido e acabar com sua existência! O que você acha disso?!

    (Ivan)-Vá em frente, leve o tempo que quiser.

    Myah então começa a mexer em alguns objetos na mesa cantarolando.

    (Ivan)-Myah... Antes de me matar, eu só queria que soubesse que eu sinto muito por ter feito você passar vexame na frente de todo mundo e por aquele acidente quando eu estava acordando. A culpa foi toda minha, eu estava muito afoito com essa estória toda. Me desculpe mesmo...

    Myah havia parado de mexer nos objetos, ela olhava para eles.

    (Myah)-Mas... E se eu não te perdoar?

    (Ivan)-Então você me mata assim mesmo, você não é obrigada a me perdoar.

    Ela agora andava em direção a cama de Ivan, mas não havia nada em suas mãos, com um gesto suave pôs a própria mão sobre a testa de Ivan, cuja única reação foi uma inspiração profunda e o fechar dos olhos, ele sentiu a zona de contato se esquentar, a sensação era boa sentia-se mais leve e sua dor de cabeça parecia que diminuía com os segundos. De repente Myah retira sua mão e vai embora, Ivan sem saber o que havia acontecido olha confuso para a enfermeira que quase já estava fora do quarto.

    (Myah)-Você vai ficar bom em algumas horas, é melhor descansar um pouco para o efeito ser mais rápido.

    Ela havia fechado a porta, deixando Ivan novamente sozinho, sem entender o que havia acontecido.

    Levou alguns minutos para Ivan ter percebido o que tinha acontecido, ele acabara de ser poupado, ou até mesmo perdoado. Ele não acreditava na própria sorte e na própria honestidade, tudo que ele havia falado era para ele a mais pura verdade.

    Já que a idéia de morrer já havia saído de cogitação, Ivan começava a refletir sobre o que faria de agora em diante e o que encontraria ao sair daquele quarto de hospital. Será que iria ser humilhado na rua? Será que Romeu o expulsaria do hotel? Será que ele está amaldiçoado a viver com uma péssima reputação para o resto da vida e ser lembrado como o grande perdedor tarado? Ele já começava a delirar.

    Mas no meio caos que se encontrava sua cabeça, uma voz familiar pode ser ouvida, não era Oculus, mas sim Romeu que dizia: ?...não há como voltar no tempo, sua única saída é continuar em frente...?. Essas palavras ecoaram pela mente de Ivan, ele pode sentir seu peito esquentar e a energia voltar a seu corpo. Parecia que havia se revigorado pela lembrança ou pela mágica de Myah, ele não se importava, estava curado e se sentindo novo em folha.

    Ivan se levantou da cama, não estava mais tonto e nem embriagado ele não estava mais sob efeito de anestésicos, olhou para o próprio pulso. Mesmo com o bracelete, a marca deixada por Aaron ainda era visível. Já a marca em sua barriga não podia ser vista por estar embaixo de esparadrapos e ataduras. Ele então olhou pela janela, o céu estava mais uma vez aberto, mas não estava tão quente como os outros dias. Aquele era o dia perfeito para um treinamento, ou melhor, para pedir desculpas a certas pessoas.

    Myah havia entrado no quarto, carregando um prato com um mingau bem esquisito.

    (Myah)-Ivan, eu trouxe um... AAAAAHHHH!!!

    O motivo de Myah ter gritado tão alto foi o fato de ter encontrado Ivan trocando de roupa, ele sabia de sua presença no quarto, mas não tinha tempo para se importar demais.

    (Ivan)-Myah! Olha valeu mesmo por tudo que você fez por mim, mas é que eu tenho que ir atrás de umas pessoas para me desculpar, e eu preciso ir o mais rápido possível! Não se preocupe comigo eu estou me sentindo muito bem! Valeu por tudo mesmo! Tchau!

    Myah estava petrificada, não sabia o que fazer e nem o que dizer.

    (Myah)-Quer saber... Eu não sei lidar com esse tipo de gente!

    Ivan corria pelo corredor, repetindo o mesmo percurso que havia feito quando chegou a Honorus. Ao encontrar a porta ele fez questão de parar e segura-la por um segundo.

    (Ivan)-Eu posso ter começado com o pé errado... Mas a partir de hoje, eu vou construir um novo futuro!

    Ele então empurrou as portas com toda a força e saltou o lance de escadas que havia. Aquele era o teste derradeiro para saber se estava curado ou não. Após aterrissar no chão, ele permaneceu naquela mesma posição esperando algum tipo de dor, mas nada havia acontecido. De fato ele já estava de volta a ativa, sem mais delongas correu em direção a cidade.

    Aquele mundo provou mais uma vez que era realmente incrível, Ivan enquanto corria podia ver nitidamente como a grama dos campos balançavam com a força do vento, tudo parecia estar perfeitamente posicionado para proporcionar uma visão espetacular do que era o lugar.

    Ao chegar às proximidades da cidade, Ivan parou de correr para não chamar muita atenção. Ele havia parado embaixo da entrada da cidade, que era marcada com uma placa, onde se podia ler claramente ?Victoria?. Ivan tomou fôlego e coragem e partiu para encontrar as pessoas que conversar. Enquanto isso Oculus lentamente acordava em seu braço.

    (Oculus)-Mas o que aconteceu? Oi! Ivan, você está bem?! Como você saiu do hospital? Onde você está indo?!

    (Ivan)-Eu tenho que encontrar umas pessoas.

    (Oculus)-Mas quem?! E por que isso do nada?!

    (Ivan)-Eu lembrei de um conselho de um amigo meu. Agora eu tenho que me encontrar com o Phill, a garçonete, Romeu, Akira e aquela garota.

    (Oculus)-Meu Deus cara! Deixa essa garota de lado! Você vai acabar piorando as coisas como sempre!

    (Ivan)-Não hoje! Com certeza não hoje!

    A primeira parada foi o parque, Ivan sentou-se em um banco, olhou em volta e disse em voz alta.

    (Ivan)-Onde será que eu poderia encontrar o Phill. Sabe... Eu preciso mesmo falar com o prefeito!

    Mas nada havia acontecido, Ivan olhou envolta mais uma vez, repetiu a estratégia, mas nada havia funcionado. Ivan desistiu do prefeito no momento, ele tinha que falar com mais pessoas, ele seguiu então para a cafeteria onde trabalhava a garçonete. Ao chegar no local não a encontrava, então foi falar com o homem ao caixa.

    (Ivan)-Oi, com licença, eu estou procurando uma garçonete, ela teve um pequeno acidente com suco aqui anteontem e eu gostaria de saber onde encontrá-la.

    (Homem)-Anteontem... Ah! Você quer dizer a Tabatha, ela pediu demissão ontem.

    (Ivan)-O que?! Mas como assim?!

    (Homem)-Quando ele viu uma luta no Coliseu de um cara que tinha defendido ela ficou tão triste e abalada com a derrota do cara que ela ficou meio complexada pela culpa, ai ela pediu demissão.

    (Ivan)-N-nossa... Mas você sabe onde ela mora?

    (Homem)-Não, mas toda vez que ela sai do trabalho ela segue pra lá, não sei se ajuda.

    (Ivan)-Valeu mesmo, Obrigado.

    (Homem)-Não há de quer... Espera ai, você não era o cara da luta de ontem.

    (Ivan)-Sou sim. Tchau!

    Ele corria para a direção que o caixa havia lhe indicado, no meio do caminho acabou encontrando Alphonse que carregava um buquê de flores na mão.

    (Ivan)-Alphonse! Al! Ei, Al!

    (Alphonse)-Huh?! Quem? Ivan?! É você mesmo?!

    (Ivan)-Wow! Que sorte te encontrar cara!

    (Alphonse)-Caramba! Eu não acredito que você já esta de pé! Ainda mais depois de uma luta como a de ontem! Cara você foi demais! A galera toda curtiu a luta!

    (Ivan)-Mas... Espera... Eu perdi a luta, eu apanhei feio no final. Eu ainda to cheio de marca!

    (Alphonse)-Perdendo ou não pra eles você foi um herói cara! Naquela hora que você acerto o joelho do Amaron, ninguém acredito! E naquela hora que todo mundo achava que você foi soterrado e depois você fez aquele lance doido na pedra, todo mundo entrou em delírio!

    (Ivan)-O-o que? Tipo... Sério?!

    (Alphonse)-Depois que a luta terminou e o pessoal começou a gritar, alguém puxou um ?Ivan, Ivan, Ivan? que cara! Você tinha que ter visto a cara o Amaron, ele ficou muito irado! O pessoal tava gritando tão alto que um enfermeiro teve que pedir pro pessoal parar, porque você estava descansando.

    (Ivan)-Nossa, eu tava apagado nessa hora... Espera você tá mentindo não está?!

    (Alphonse)-Claro que não! E por que eu mentiria?!

    (Ivan)-Nossa... Eu não imaginava... Quase ia me esquecendo, você sabe onde aquela garçonete, a Tabatha, mora?

    (Alphonse)-Pra te falar a verdade eu sai de lá agora, eu tava resolvendo um negócio com o pai dela e eu aproveitei pra dar uma animada nela, mas é melhor você tentar, eu acho que vai funcionar melhor.

    (Ivan)-Deixa comigo! Vai nessa cara!

    (Alphonse)-Falo! Continua treinando, quero ver você ganhando de todo mundo depois!

    Ivan então observa a casa onde Alphonse havia saído, não era bem uma casa, mas sim uma ferraria. Ao entrar o ambiente era um pouco pequeno, havia vários itens pendurados na parede e algumas bijuterias dentro de pequenas caixas de vidro que ficavam acima do balcão e logo ao lado um pequeno sino acorrentado. Ivan então o chacoalhou, liberando um som agudo e bem alto. Vozes foram ouvidas numa sala provavelmente ao lado dela.

    (Homem)-Tem alguém no balcão!

    (Mulher)-Eu sei! Eu escutei!

    Uma mulher aparece, Ivan se espanta ao vê-la, era sim a garçonete que havia encontrado, mas agora ela usava um kimono e cabelos amarronzados compridos soltos, sua pele estava um pouco suja com carvão. Ela também se assustou ao ver Ivan.

    (Tabatha)-Mas... O que... O senhor está fazendo aqui?! Você deveria estar no hospital se recuperando!

    (Ivan)-Nada! Eu já me recuperei, eu estou novinho em folha, eu só vim aqui pra me desculpar.

    (Tabatha)-Se desculpar?! Mas por o que?

    (Ivan)-Eu encontrei o Alphonse lá fora e ele me disse que você anda se culpando por eu ter saído todo ferrado da luta. Você não é culpada de nada, a culpa foi minha por ser fraco e ter perdido pra aquele babaca.

    (Tabatha)-Não! Foi toda minha, foi o meu erro que fez você ter se envolvido com a briga.

    (Ivan)-A culpa não foi sua, na verdade não foi de ninguém, as coisas só aconteceram. Tá tudo bem!

    (Tabatha)-Mas... você saiu todo ferido...

    (Ivan)-Sabe... Isso já é passado, não tem como você mudar o que aconteceu, o que você tem que fazer agora é seguir em frente. É o único jeito!

    (Tabatha)-É... Tem razão... Muito obrigada pela visita senhor Ivan, sempre que precisar de alguma coisa é aqui que você vai encontrar os melhores produtos!

    (Ivan)-Só Ivan é o suficiente! E com certeza eu vou voltar pra dar uma olhada melhor aqui! Até mais!

    Ivan então sai da pequena loja e parou a sua entrada para pensar. Quem seria a próxima pessoa que iria caçar.

    (Ivan)-Certo, quem vai ser o próximo?

    (Oculus)-Cara?! O que foi aquilo?

    (Ivan)-Aquilo o que? Eu só tirei a culpa que ela tava sentindo. Isso se chama consolo.

    (Oculus)-Não! Não isso, você falou a mesma coisa que o Romeu tinha te dito! Isso é plágio! Seja original e console as pessoas com suas próprias palavras!

    (Ivan)-Deixa de... Romeu? É! Vamos atrás do Romeu primeiro!

    (Oculus)-Afff...

    Ivan havia escolhido logo Romeu, que sempre se encontrava no balcão do hotel não importava o dia. Depois de uma breve corrida pelas ruas, Ivan estava novamente à entrada do hotel. Ao entrar, tudo parecia não ter mudado nada, havia pessoas na sala de estar conversando e no refeitório Romeu realizava a limpeza.

    Para não chamar muita atenção, Ivan cautelosamente foi em direção a Romeu, que se encontrava virado de costas para Ivan. Ao perceber que estava fora do alcance visual das pessoas no cômodo ao lado, ele sussurrou para Romeu distraído com a limpeza.

    (Ivan)-Romeu! Oi, cara...

    (Romeu)-Eu não escondo dinheiro eu juro!!! Huh?! Se-senhor Ivan?!

    Parecia que o plano de Ivan novamente havia falhado, não só havia sustado Romeu como também o hotel inteiro. Todos se dirigiram para o refeitório, para a sorte de Ivan só havia umas dez pessoas no hotel naquela tarde, incluindo Romeu, mas nenhum sinal de Akira nem da garota misteriosa.

    (Romeu)-Meu Deus, senhor Ivan o que você está fazendo aqui? Ainda está ferido!

    (Ivan)-Valeu, mas eu to bem, sério, eu já me recuperei, estou melhor do que nunca!

    (Romeu)-Mas... A luta... Todos nós vimos à luta! Você saiu em péssimo estado!

    (Ivan)-É eu sei... Mas o pessoal da enfermaria e do hospital fazem milagre.

    (Romeu)-É mesmo um milagre você já estar de pé.

    (Ivan)-É... Eu acho que eu paguei um mico bem grande lá na hora...

    (Homem1)-Mico? Você? Cara! Pra mim você ganhou a luta! Você foi o único novato da história a aceitar o desafio do Lóng, lutar com ele e deixar ele puto daquele jeito!

    (Ivan)-Mas, cara... Eu perdi a luta... Por mais que eu tenha me esforçado e virado o jogo, eu fui destruído!

    (Homem2)-Vencer não é tudo... O que você fez ontem deu incentivo a todos para continuar lutando!

    (Mulher1)-O que ele quer dizer é que, perdendo ou não, você lutou bravamente até sua última gota de suor! E é isso que a verdadeira honra de um guerreiro significa!

    Todos na sala começavam a gritar e a puxar músicas com o nome de Ivan, se não fosse pelo teto que era um pouco baixo, eles seriam capazes de levantá-lo em meio a comemoração. Ivan ria sem-graça da situação quando um homem da multidão andou em sua direção, sua cabeça estava abaixada, mas já era o suficiente para Ivan ser capaz de identificá-lo. Ele era o homem que tinha zombado dele no dia que foi desafiado.

    (Homem)-Huuum... Olha, eu queria me desculpar pelo que eu te disse, naquela noite... Eu estava errado sobre você. Eu só espero que você possa me desculpar...

    Ivan olhava friamente a situação, até que decidiu falar:

    (Ivan)-Mas é claro! Todo mundo faz esse tipo de coisa alguma vez na vida, eu conhecia um cara chamado Dirk que vivia me enchendo o saco, mas se estressar com esse tipo de coisa é perda de tempo. Principalmente com alguém tipo Angelo envolta pra separa a briga!

    (Homem)-Obrigado, obrigado mesmo!

    As pessoas então começaram a sair do refeitório e voltar aos seus afazeres, deixando Ivan e Romeu no refeitório.

    (Ivan)-Romeu, eu queria te agradecer por aquilo que você me falou ontem. Aquilo realmente me ajudou a sair inteiro... Ou pelo menos não em pedaços de lá...

    (Romeu)-Não há de quer senhor Ivan, não precisa me agradecer. Conselhos bons são sempre em boa hora e de graça... Espera... Eu acho que posso lucrar com alguma coisa do tipo... Como, como horóscopo! Ou até mesmo números da sorte! Ou quem sabe...

    (Ivan)-Eeeeehhh... Eu vou indo eu tenho que encontrar o prefeito. Até mais.

    (Romeu)-Ah! Sim, ele me mandou avisar que ele estaria no campo de treinamento esperando por você. Parecia que ele sabia que você ia sair do hospital hoje... Se bem que aquilo me deu uns calafrios estranhos. Será que ele é vidente? Ele poderia lucrar bastante com isso!

    (Ivan)-Valeu mesmo Romeu! E o Akira ainda está por aqui?

    (Romeu)-O senhor Akira se encontra sim, ele provavelmente deve estar em seu quarto.

    (Ivan)-Certo. Obrigado de novo!

    Houve uma mudança de planos. Ivan decidiu falar logo com Akira, já que sabia que o prefeito estaria esperando por ele nos campos. Após subir as escadas pulando quase quatro degraus ao mesmo tempo, foi em direção a porta do quarto 22. Bateu na porta e esperou algum sinal de vida.

    A porta se abriu lentamente deixando uma fresta onde Akira espiava quem havia batido.

    (Akira)-Hum?! Você? O que é que você quer? Você não acha que já causou problemas demais?!

    Ivan ficou lá parado por alguns instantes.

    (Akira)-E então? O que é que você quer dessa vez?

    Ivan se ajoelhou, abaixou sua cabeça como Akira havia feito no dia anterior. E em seguida disse:

    (Ivan)-Eu gostaria de me desculpar pelo que aconteceu, a culpa foi toda minha... Eu não queria ter te envolvido numa situação tão embaraçosa. Por favor, me desculpe.

    Os dois permaneceram em silêncio. Ivan já começava a ter a impressão de que seu discurso de desculpas não havia funcionado. Ele esperava ansiosamente por uma resposta, até que a porta se abriu completamente.

    (Akira)-Na minha terra... Você sabe como resolvemos problemas como esse?

    (Ivan)-Não...

    (Akira)-Quando uma discussão acontece entre pessoas, elas resolvem isso com um duelo.

    (Ivan)-Hum... Já sei onde isso termina...

    (Akira)-Seu nome, por favor.

    (Ivan)-Meu nome é Ivan.

    (Akira)-Então, se você quer realmente se desculpar... Ivan! Eu te desafio para um duelo na arena!

    Ivan então se levanta com um sorriso de determinação no rosto.

    (Ivan)-Eu aceito! A qualquer hora!

    (Akira)-Muito bem, eu aviso pro Romeu a hora da partida e ele te passa depois. Não tente fugir! Senão eu vou atrás de você!

    (Ivan)-Hahaha! Pode vir!

    Akira então volta para seu quarto. Antes da porta ser fechada, Ivan teve a vaga impressão de ter visto um sorriso de canto de boca em Akira. Aquilo não era a mesma coisa que ser desafiado por Amaron, parecia algo mais parecido com um convite para uma festa. Por mais que tenha terminado de uma forma que não esperava, parecia que fora desculpado, ele podia sentir o peso em seu peito se tornando mais leve. Não tinha tempo a perder, ele precisava encontrar o prefeito e a garota.

    Descendo as escadas com um salto e quase arrancando a porta ao sair, Ivan teve que se apressar e chegar aos campos, o céu da tarde já começava a tomar um tom de laranja e as nuvens começavam a criar bordas violetas.

    Mal chegara aos campos, já se podia ver um ponto branco e verde sentado em baixo de uma árvore. Ao se aproximar um pouco mais, reconheceu logo que era o prefeito, que havia nota sua presença ao longe. Quando finalmente o alcançou teve que tomar um pouco de ar antes de falar, mas não foi necessário.

    (Phill)-Boa tarde, Ivan. Vejo que já está melhor. Por favor, sente-se!

    Ivan obedece o pedido, e ainda tentava retomar o fôlego.

    (Ivan)-Senhor prefeito... Phill... Eu queria... me desculpar por ter... Huh!... Começa uma briga com o Amaron. A culpa foi...

    (Phill)-Não... Não foi sua... Ivan, não se preocupe com esse tipo de coisa. Isso normalmente acontece por aqui. É melhor as coisas serem resolvidas na arena, onde ainda temos controle sob os participantes, do que na rua onde eles podem acabar se matando pra valer e também ferir inocentes. Você viu que, o senhor Lóng ia te matar pra valer se não fosse pela intervenção do juiz.

    (Ivan)-É... Tem razão...

    Os dois continuaram a observar o entardecer de mais um dia, até que o prefeito, com um pouco de dificuldade, se levantou.

    (Phill)-Ahh! Puff! Bem... Já está na hora de voltar pra casa. Eu posso administrar uma cidade inteira, mas eu mal consigo administra minha própria família! Hehehe!

    (Ivan)-AS pessoas daqui podem realmente ficar e criar famílias e tudo mais?

    (Phill)-Mas é claro! Como você acha que Romeu, eu e a maioria dos comerciantes daqui chegamos aqui? De guerreiros que se ?aposentaram? oras!

    (Ivan)-Tem gente que se aposenta?! Como?!

    (Phill)-Pedindo para parar de lutar e abrindo um negócio pra gerar renda.

    (Ivan)-Legal... Tudo aqui é bem pensado não é?

    (Phill)-Nah! A gente que improvisa as coisas quando rola alguma coisa! Eu chamo de ?Operação Tapa Buraco?!

    (Ivan)-Legal! Esse é um dos meus!

    (Phill)-Ivan, não falta uma pessoa na sua lista para se desculpar?

    (Ivan)-Ah, é! Mas como você... Sei, você leu meus pensamentos.

    (Phill)-Hahaha! Dessa vez não! Alphonse me falou que você está correndo pela cidade inteira pra achar essas pessoas!

    (Ivan)-Caramba! Eu preciso de privacidade! Como eu posso ter se tem um monte de gente me observando e lendo meus pensamentos?!

    (Phill)-Não se preocupe! Com o tempo você se acostuma... Ou não...

    (Ivan)-Tenho que ir. Valeu mesmo por tudo, Phill. E me ensina alguma coisa nova da próxima vez!

    (Phill)-Pode deixar!

    Mais uma vez Ivan volta para seu hotel, já havia anoitecido, provavelmente encontraria a garota em seu quarto. Ele correu para o segundo andar e foi em direção ao último quarto do corredor. Aquele era o 29, Ivan encarou aporta esperando se encher de coragem suficiente para bater, quando finalmente havia batido nada aconteceu. Para Ivan ela poderia ainda não ter chegado, ou estava dormindo, ou simplesmente não queria atender a porta. Não sabia o que fazer naquele momento senão continuar a encarar o número desenhado na porta, em silêncio. Mas quase de forma miraculosa, algo subia as escadas, eram novamente as botas. Ivan se virou em direção as escadas e esperou para ter certeza de quem era.

    Ao terminar de subir as escadas, a garota olhava para o fim do corredor onde Ivan se encontrava, aquele foi o único momento que vira aquela garota demonstrar o mínimo de emoção, que infelizmente, para ele, parecia muito com ódio. Ela então caminhava em sua direção, enquanto Ivan caminhava na direção oposta, aquilo parecia ter feito a fúria da garota ter aumentado ainda mais. Os dois estavam em rota de colisão, o corredor parecia estar maior do que antes, ou era o tempo que brincava com sua paciência.

    Quando os dois estavam a uma distância de dois metros, Ivan desvia para a sua direita com a cabeça um pouco baixa. Os dois passaram direto um pelo outro, porém Ivan havia parado de andar e quase no mesmo segundo o som de botas batendo na madeira havia cessado. Eles estavam de costas um para o outro, novamente o corredor é tomado por silêncio.

    (Ivan)-Eu, queria me desculpar pelas merdas que eu fiz ontem e em todos os outros dias. Aquele cara, o Akira, ele falava a verdade, ele não tem culpa de nada. Eu sou o verdadeiro culpado da estória... Eu que acabei fazendo aquela coisa de mau-gosto, você tem todo o direito de ficar furiosa comigo e até de me torturar e coisa e tal... Mas eu só queria te falar que aquele moleque é inocente, e que eu sou o verdadeiro babaca. Me desculpe.

    Então ele voltou a andar, para o outro lado do corredor, para o seu quarto.

    (Garota)-Se... Você realmente achou que iria me convencer a te perdoar com essa desculpa... Você se enganou muito...

    Ivan parou novamente

    (Ivan)-Você não é obrigada a me perdoar. E eu não queria te convencer de nada... Eu só queria te contar a verdade e limpar o nome de um colega.

    (Garota)- Limpar o nome de seu colega, você diz?

    (Ivan)-É claro, é isso que colegas fazem. Eles se ajudam.

    Ivan podia nitidamente escutar a garota engasgar com as próprias palavras, ao olhar para trás, ela tremia levemente as pernas.

    (Ivan)-Você está bem?! V-você está tremendo, está se sentindo bem?!

    Ela não deu mais uma palavra, correu para seu quarto e se trancou. A pancada da porta foi tão forte que era possível de se escutar do primeiro andar. Ivan esperava o que poderia acontecer depois, até pensou em bater na porta novamente e perguntar se ela estava se sentindo bem.

    (Oculus)-Não tente fazer isso! Você só vai piorar as coisas, mesmo sendo o mais cauteloso possível. Quando uma garota corre daquele jeito, tem algo muito estranho rolando.

    (Ivan)-... Eu... Acho que dessa vez você tem razão. Eu já dei um passo importante hoje. Vamos esperar pelo amanhã.

    (Oculus)-Cara... Eu não sei o que aquela enfermeira maluca fez. Mas você mudou completamente de uma hora pra outra.

    (Ivan)-É eu sei... Às vezes você precisar cair feio para acordar pra vida. Por falar em acordar! Eu tenho que pega o horário da luta com Akira com o Romeu!

    (Oculus)-Legal, lá vai você entrar em outro duelo, vê se você não tenta se matar dessa vez!

    (Ivan)-Mas essa é a minha marca! Hehehe!

    A luta era estava marcada às dez horas da manhã. Após a seqüência de boa-noite e boa-sorte, Ivan segui finalmente para sua cama para poder finalmente dormir, onde ele esperaria por um novo dia, uma nova luta e um novo futuro dessa vez construído pelas suas próprias mãos.

    -------------------------------------FIM-------------------------------------


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