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Sasuke nade disse. Continuou de olhos fechados, no entanto, o Uchiha não pôde evitar de dar um breve sorriso tranquilo lembrando-se do beijo em sua testa.
O destino e suas ironias, não? Seria esse o recomeço de um sentimento positivo na vida do nosso bravo herói às avessas?
(...)
Não muito distante da pousada, o jovem seguia pelas trilhas segurando na mão da menina de olhos perolados, guiando-a até um riacho que havia ali por perto. Chegando lá, debaixo de uma enorme árvore, ele ajudou-a a se sentar sobre o gramado, em seguida sentando-se também. Apesar de ser noite, não estava tão escuro por conta da luz da lua que refletia nas águas e clareava a área ao redor:
? B-Bem! Já estamos a-a sós, é... ? ela comentou com o rosto levemente enrubescido.
? Eh... H-Hinata, eu te trouxe aqui é p-por que o que tenho a dizer é realmente importante ? ele explicou com dificuldade. ? Eu, é... bem ? buscava palavras para se expressar.
? V-Você? ? indagou acanhada.
? Você já g-gostou de alguém? ? perguntou, seu rosto ruborizou.
? Hãn? Eu é, eu... ? notavelmente abalada, tentava achar alguma resposta.
? ?Hinata?! ? o loiro proferiu o nome colocando suas mãos nos ombros na garota e a virando para si. ? A luz que emana dos olhos teus, está me cegando ? ele disse tudo de vez, olhando-a nos olhos.
? Hãn?! Eu... cegando? ? ela inquiriu terrivelmente vermelha devido à proximidade, sem entender o que o rapaz quis dizer.
? Estou ficando ?cego?... de amores por você! ? confessou tentando manter seu auto-controle. Seria constrangedor se empolgar e acabar beijando-a.
? Hãaaan?! ? a garota com o rosto completamente invadido pela vermelhidão, desmaiou não mais suportando o impacto daquelas palavras.
? H-Hina... Hinata? ? ele a chamava enquanto a chacoalhava tentando acordá-la. ? Será que foi tão ruim assim? Justo quando eu achei que tinha inventado um frase decente para dizer a ela ? indagou-se pegando-a no colo.
(...)
Ainda caminhando ao lado da pequena menina em meio àquela enorme floresta, o homem continuava procurando por seus companheiros:
? Acho melhor procurarmos algum lugar para nos escondermos ? falou preocupado fitando a menina, em seguida olhou ao redor e para cima ?, está muito escuro e parece que logo começará a chover! ? concluiu observando alguns pássaros agitados.
? Hum... então venha comigo, nii-san!
A menina pegou na mão do rapaz e começou a guiá-lo a passos rápidos pela mata. Andaram por algum tempo, até chegarem numa brenha de difícil acesso, que formava um tipo de proteção àquela espécie de caverna que se situava ali:
? Chegamos! ? ela avisou arredando algumas plantas enormes que interditavam a passagem.
? Nossa... ? ele adentrou a caverna após a menina. ? Que lugar enorme! ? admirou-se.
? Eu achei esse lugar há alguns dias e desde então passei a dormir aqui ? comentou.
? Hum! Eu sei o quanto é triste ficar sozinho ? ele confessou um pouco angustiado.
? Ah! Não importa mais, agora que eu tenho o nii-san ? ela esboçou um sorriso sincero. ? Agora sente-se aí que eu vou limpar esses machucados! ? ordenou pegando uma peça de roupa qualquer, que estava jogada num canto, rasgando-a e seguindo até o mais velho.
O homem sorriu e obedeceu à menina, após alguns minutos, uma forte chuva começou a cair lá fora e os dois adormeceram.
(...)
Na pousada, no quarto de Hinata, a mesma sentada na cama, segurava um copo d?água com açúcar enquanto fitava o chão:
? Está melhor agora? ? o loiro perguntou preocupado, se sentando em frente à garota.
? S-Sim, eu... ? tomou mais um gole do líquido adocicado, evitando o contato direto com os olhos azuis do rapaz.
? Eh... Hina-chan?! ? ele chamou-a, acanhado. ? Tem algo a me dizer?
? Eu, é... também te a-a... te a-amo! ? gaguejou, a morena com o rosto enrubescido.
? Sério? ? perguntou chocado. ? Que bom que você corresponde aos meus sentimentos ? ele desabafou aliviado.
? Mas v-você não gostava da Sakura-chan? ? indagou entristecida.
? Ainda gosto dela ? disse notando a decepção no olhar da morena ?, como amiga é claro! ? completou. ? Sakura-chan foi um amor de infância que ficou no passado, era um sentimento nutrido apenas por minha parte... e com o tempo comecei a sentir coisas estranhas por você, até que cai na real ? esclareceu fazendo os olhos de Hinata se encherem de lágrimas. ? Eu te amo!
? N-Naruto-kun? Eu, eu s-sempre te amei ? revelou aos prantos. ? Mas sempre pareceu um sonho tão distante de mim, eu sofri muito te vendo morrer de amores por outra e eu... é ? confessou tudo de uma vez entre soluços ?, você não imagina o quanto estou feliz neste momento!
? Me desculpe se te fiz sofrer Hinata! Não foi a minha intenção ? disse, cabisbaixo.
? T-Tudo bem! O importante é que esteja tudo bem agor... ? foi interrompida por um beijo calmo, que logo tornou-se voraz, logo cessando-se por conta do fôlego. ? N-Naruto-kun? ? ela inquiriu assustada, ficando corada ao ser deitada na cama pelo rapaz que voltou a beijá-la.
(...)
A rosada lia tranquilamente, sentada na poltrona ao lado da cama na qual o moreno repousava. Pouco tempo depois a janela do quarto, que estava apenas encostada, devido a uma forte ventania foi aberta com violência, assim, permitindo que alguns pingos da chuva invadissem o cômodo:
? Nossa! Que temporal é esse? ? perguntou-se espantada. Levantou-se deixando o livro sobre a mesa e dirigiu-se até a janela. ? Pronto! ? trancou. ? Acho melhor ir checar às outras janelas ? concluiu saindo do cômodo.
Algum tempo depois ela retornou ao quarto, sentou-se novamente e voltou a ler. No meio da madrugada o rapaz estava inquieto na cama:
? Hãn? Você está bem? ? indagou levantando-se e se aproximando dele.
? Acho que sim, só sinto um pouco de falta de ar! ? contou, com notável dificuldade respiratória.
? Hum... entendo! ? ela foi até o armário, pegou alguns travesseiros e voltou para perto do jovem, acomodando os mesmos debaixo do moreno o deixando mais alto. ? Assim está melhor?
? Uhum ? assentiu levemente com a cabeça.
? Que bom! ? ela exclamou sentando-se na beirada da cama, afagando-lhe os cabelos negros por alguns segundos. Quando ela ia se levantar para novamente sentar-se na poltrona, sentiu sua mão ser puxada levemente pela do Uchiha, como uma tentativa de impedi-la de sair dali.
Ela então olhou para o garoto que segurava sua mão, notou o seu olhar distante, fingindo fitar o teto, então voltou a acariciar seus cabelos sem lhe dizer nada, assim sendo, o jovem fechou os olhos, apreciando interiormente aquele momento de carinho e silêncio, dormindo outra vez.