Heróis também podem sangrar.

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    Capítulo 1

    Tão perto e distante ao mesmo tempo.

    Álcool, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Spoiler, Violência

    ?Está escuro! Não vejo sequer um ponto de luz que me guie para fora deste túnel. Sei que não está muito longe. Tão perto e distante ao mesmo tempo! Será que realmente quero sair??

    Seguia com a mente alienada, seu caminho em meio à escuridão daquela passagem subterrânea que parecia infindável. Ao seu lado, encontravam-se os membros do time Taka.

    Juugo em sua quietude costumeira enquanto Karin ? que ao se recuperar de quase ter conhecido o ?além? mais cedo pelas mãos de seu amado Sasuke, na luta dele contra Danzou, havia fugido de Konoha e regressado para o lado do rapaz ?, parecia resmungar algumas futilidades para Suigetsu que tentava ignorá-la.

    Algum tempo depois, um silêncio apático estabeleceu-se entre o grupo, assim permanecendo por horas, o que começara deixar a jovem ruiva incomodada, pois ainda, nem se quer havia escutado a voz do seu tão idolatrado Uchiha:

    ? Está tudo bem? ? perguntou a voz feminina, forçando simpatia, quebrando o silêncio.

    ? Hum.

    ? Só ?hum?? ? ela inquiriu indignada. ? Você está tão calado desde que chegamos aqui e... ? foi interrompida.

    ? Incrível que ainda não tenha se acostumado com isso, Karin ? disse impassível.

    ? D-Desculpa, mas é que eu sou humana e... ? choramingou enquanto falava ? eu tenho sentimentos, poxa, estou com medo, está muito escuro aqui! ? concluiu.

    ? Hum ? ignorou as palavras da garota, prosseguindo o seu caminho novamente em silêncio, o que irritara ela.

    ? É tão triste! ? exclamou, buscando conformar-se.

    ? Ora, ora, quanto drama ? zombou, o outro se intrometendo na ?conversa unilateral?. ? O que é tão triste, Karin?

    ? Nada que você compreenda, Suigetsu ? ela afirmou enquanto arrumava os óculos, consternada. ? É triste se apaixonar por alguém que nunca te olha, nunca te toca... É torturante sentir o cheiro dessa pessoa tão próxima e não poder tê-la para si! ? pensou.

    ? Aí, eu compreendo sim ? retrucou aborrecido ?, posso não ter a forma de ?um?, mas ainda assim, sou um ser humano! ? completou com um tom de sarcasmo na voz.

    A garota o olhou com desdém e nada proferiu, continuou em seu caminho ignorando o jovem de cabelos branco-azulados, prosseguindo na trilha ao lado do Uchiha, porém um passo atrás do mesmo.

    (...)

    Konohagakure no Sato estava em tempos difíceis, após a invasão de Pain e companhia que deixara a vila destruída ? que no momento estava em um lento processo de reconstrução ?, ainda por cima, passava por um clima de tensão ocasionado pela declaração de guerra que o homem mascarado, que se apresentara como Uchiha Madara, havia feito na reunião dos Kages no País do Ferro.

    A Hokage, que atualmente estava atolada até o pescoço de trabalho ? se bem que nem tanto assim, pelo fato de viver explorando os seus subordinados para completarem diversas tarefas em seu lugar ?, havia dado duas semanas de descanso numa pousada fora do País do fogo, para os ninjas da geração de Naruto.

    Como eram considerados promissores em questão de força, inteligência e vitalidade, para a "Quarta Grande Guerra Ninja", fora que provavelmente fariam parte do futuro shinobi da vila, Tsunade resolveu presenteá-los com as ?férias?, afinal, tinha tudo sob controle no momento. Claro que não era apenas pelo descanso deles, pois, a Hokage precisava acima de tudo, como fora estabelecido como prioridade da guerra, proteger Naruto por ser o Jinchuuriki da Kyuubi, assim como o Raikage se encarregaria de proteger Killer Bee.

    Então, como no momento ainda não sabia o que fazer com o loiro, resolveu despachá-lo junto de seus amigos para essas duas semanas de recesso das atividades ninjas para uma pousada isolada no meio de uma enorme floresta que ficava entre o País da cachoeira e o País da grama, bem próximo da fronteira com o País do fogo.

    Antes de partirem; Naruto; Sakura; Sai; Hinata; Kiba; Shino; Neji; Tenten; Lee; Ino; Chouji e Shikamaru, foram avisados pela Hokage, que por mais que as coisas estivesses calmas por enquanto, a qualquer hora ela poderia solicitá-los, enviando-lhes cartas através de pássaros, caso fosse necessário, no entanto, todos ali, menos Naruto, sabiam da futura guerra que enfrentariam.

    Após algum tempo caminhando em meio à floresta densa, já distantes das terras de seu país, eles chegaram ao destino mostrado no mapa.

    Uma pousada no estilo rústico tradicional da região, cercado pela mata verdejante, que já de início passava aquela sensação de ?ar puro? do campo.

    A senhora que tomava conta do local, os esperava na entrada e assim que os avistou, deu-lhes boas vindas e concedeu a passagem indicando o interior do cômodo receptivo para que eles adentrassem.

    Ela então explicou, onde seriam os quartos de cada um, sendo o lado esquerdo do corredor a área dos dormitórios para os meninos e o lado direito, por ter menos quartos, foi reservado para as meninas, pois estavam em minoria.

    Havia um banheiro perto da área feminina e outro perto da masculina. No centro do corredor, iniciava-se outro que dava acesso às outras áreas do local, tais como a cozinha, a sala de jantar, a sala principal, as fontes termais cobertas e o jardim dos fundos.

    ? He he, já vou lá no meu quarto marcar território. Vamos lá Akamaru! ? avisou com um sorriso sapeca, correndo para o cômodo.

    ? Tia, tia... ? chamou, o loiro com as mãos segurando o traseiro enquanto se contorcia. ? Onde é mesmo o banheiro?

    ? Ali! ? apontou para a porta, que estava perto.

    ? N-Naruto-kun?! ? a morena de olhos perolados chamou o jovem.

    ? O q-que foi H-Hinata? ? indagou com dificuldade, enquanto o suor frio escorria pelo rosto.

    ? E-Eu, é... ? tentava reunir palavras.

    ? V-Você o quê? ? inquiriu na intenção de apressá-la, pois não estava mais aguentando de dor na barriga.

    ? B-Boa... ? gaguejou, ficando corada.

    ? Boa... ? ? perguntou engolindo seco e arrepiando dos pés à cabeça por causa da "fera", além da Kyuubi, que habitava o seu "interior" naquele momento.

    ? Boa sorte N-Naruto-kun! ? terminou docemente, com um pouco de segurança na voz.

    ? Hãaan? ? olhou confuso para a menina. ? Tá! Valeu aí... ? sentiu uma dor fatal atingir a zona de perigo. ? Ahhhh! Eu tenho que ir ? gritou, correndo na direção do banheiro, deixando para trás a garota envergonhada.

    ? Esse Naruto... ? a loira se aproximou da amiga ? vamos ver o jardim, todas já estão lá! ? disse pegando na mão de Hinata e a puxando pelo corredor.

    As meninas ? exceto Sakura, que estava inexpressiva ?, ficaram boquiabertas admiradas com o paisagismo constituído por variedades de flores, harmonizadas entre as cores vibrantes e brandas.

    Já de noite, a rosada que permanecera calada o dia todo, continuava quieta em seu quarto.

    ?Estou com frio, muito frio! Mesmo a lareira, esse cobertor espesso e este chocolate quente não me aquecem! Esse frio dentro de mim faz meu coração latejar dolorido.?

    Perdida no silêncio de seus devaneios, com o olhar distante, levou a xícara à boca, tomando um gole rápido da bebida que desceu aquecendo-a por dentro:

    ? Sakura-chan?! ? chamou uma voz suave, adentrando o cômodo. ? Posso me juntar a você? ? Perguntou se aproximando.

    ? Claro que sim Hina! ? assentiu sem deixar de fitar o fogo da lareira.

    ? Obrigada! ? sentou-se delicadamente ao lado da outra. ? Distante como ultimamente?

    ? Pensando na vida! ? respondeu, mecanicamente.

    ? Sei... ? olhou para as mesmas chamas que a amiga observava. ? Na vida dele, não é? ? inquiriu, um pouco curiosa. ? Mesmo após todo esse tempo! ? exclamou, entristecida.

    ? É... ? suspirou consternada. ? Dói! Não sei se está dormindo e se alimentando bem, não sei se a solidão o machuca, a noite está fria... ? cessou suas palavras por alguns segundos, suspirando novamente, dessa vez preocupada. ? Será que está sentindo frio?

    ? Sei que é difícil não pensar nisso, mas... continuar assim não lhe fará bem! ? alertou, se aproximando da amiga e a abraçando suavemente.

    ? Deprimente! Eu sei, mas... ? calou-se por alguns instantes, colocou a xícara no chão, afundou a sua face no ombro da morena e pôs-se a chorar ? nem em três anos e nem em mil anos eu conseguirei esquecê-lo ? afirmou entre lágrimas e soluços tendo a voz abafada pelo tecido espesso da blusa de frio azul marinho de Hinata.

    ? Shhh! ? silenciou-a afagando seus cabelos róseos. ? Está tudo bem! As pessoas não mandam em seus corações... ? tentou consolá-la.

    ? Desculpa... ? disse se desgrudando da outra ? eu sei, tenho que superar! ? concluiu voltando a olhar para a lareira. ? Mas me deixando de lado, e você, Hina? Tem o amor tão próximo de ti... porquê não tenta?

    ? Hum... é, eu acho que não sou o tipo dele! ? respondeu, acanhada.

    ??As pessoas não mandam em seus corações?, você disse isso, não foi? ? indagou em seguida completando: ? O amor não escolhe ?um tipo?, afinal, se escolhesse, eu não estaria neste sofrimento até hoje.

    ? Er... mas, eu... ? encabulada, com o rosto enrubescido, tentava reunir palavras, porém, foi interrompida.

    ? Êpa, êpa, êpa... calma ?aê?! ? a loira ordenou entrando no quarto. ? Quem disse que o amor não escolhe ?um tipo?? ? perguntou incrédula, parando na soleira da porta.

    ? Hãn?! ? inquiriram as outras duas, em uníssono, enquanto olhavam confusas para ela.

    ? Ora! Euzinha aqui tenho um tipo sim, se o cara não preenche os requisitos da minha lista já é descartado na hora ? contou, se juntando à elas, sentando-se no chão.

    ? N-Nossa Ino-chan! Só você mesma para dizer uma coisa dessas ? afirmou timidamente.

    ? Pobre de você Hinata, que não possui essa minha desinibição! Se fosse assim, aposto que já tava pegando o Naruto ? falou sem nenhum pudor.

    ? Q-Que isso I-Ino-chan? Não d-diga isso! ? corou violentamente.

    ? Hahahaha! ? riu com a expressão envergonhada da amiga e voltou o seu olhar para a outra calada. ? Achou o fogo da lareira atraente, testuda? ? provocou, não vendo reação por parte da rosada. ? Na boa, você tem que sair dessa! Ficar eternamente nessa fossa vai acabar contigo ? advertiu, preocupada.

    ? Hum... algum dia acho que supero! ? disse desanimada, sentindo-se um caso perdido.

    ? Olha só! Nem mais me chama de "porquinha" revidando o "testuda"... ? ficou desapontada com o desanimo da garota, que antes costumava ser enérgica.

    ? Desculpa ? pediu, fitando o nada, com a mente visivelmente longe dali.

    ? Em pensar que o impacto causado ao saber que o Sasuke-kun tornou-se um nukenin e já tem a cabeça a prêmio, tenha sido tão forte sobre ela, poxa, há alguns anos atrás eu disputava com ela pra ver quem iria ficar com ele, no entanto, é ela quem sofre até hoje por aquele Uchiha, ela sim o amou de verdade e ainda o ama... ? pensou, observando a amiga.

    Ino e Hinata permaneceram conversando e tentando animar a Sakura. Depois resolveram ir à termal, porém a morena de olhos perolados foi antes das outras.

    (...)

    ? Cara, porque você não aproveita que passaremos as próximas duas semanas nesta pousada maravilhosa no campo e começa dando um passo para se aproximar dela? ? sugeriu, havia lido algo semelhante num livro. ? Afinal, não é sempre que a Tsunade-sama é tão generosa assim para com seus escravos... digo, ninjas! ? afirmou, o jovem pálido de cabelos negros, enquanto relaxava dentro da água quente da fonte termal.

    ? Hahahaha! O Sai tem razão, Naruto! ? disse o outro.

    ? Fica na sua aí ô pulguento! Eu não tô com pressa, aliás, eu já estou tentando isso ? justificou-se irritado para Kiba.

    ? Ah claro! Já está tentando... afastar ela de você né?! ? caçoou sarcástico, se intrometendo na conversa.

    ? Aí Shikamaru! Fica na tua ? ordenou exaltado. ? Onde já se viu? O cara mais preguiçoso de toda a vila e solteiro ainda por cima, tirando onda com a minha cara, aff... ? levantou-se d'água e seguiu rumo à porta. ? Cuidem de suas vidas e deixem a minha em paz! ? advertiu, saindo do local.

    ? He he, que cara estressado! Mas essa termal tá uma delícia... ? se afundou dentro da água.

    ? É Shika, o Naruto não precisa de um empurrãozinho! Ele precisa é de uma ?Técnica Secreta da Vila Oculta da Folha ? Mil anos de dor? ? concluiu Kiba, imitando os selos de mãos de Kakashi, mais para si do que para o amigo que se encontrava submerso.

    O loiro resmungando, adentrou o vestiário enrolado em uma toalha:

    ? Era só o que me faltava... ? reclamava para si mesmo, enquanto mexia em algumas bolsas, procurando seus pertences.

    ? N-Naruto-kun?! ? corou aterrorizadamente, a menina que se despia ali.

    ? H-Hinata? ? indagou erguendo-se com os olhos arregalados, deixando a toalha cair.

    (...)

    No meio daquela escuridão, o time Taka ainda seguia silenciosamente por seu caminho. Um tempo depois, ao sentir algo, Karin chegou mais perto de Sasuke:

    ? Sasuke?! ? sussurrou. ? Tem alguém se aproximando.

    ? Qual a direção? ? mantinha o tom de voz frio como de costume.

    ? Como vou saber? ? inquiriu inconformada. ? Tá tudo escuro aqui, nem sei em que direção estou! Se não percebeu, estou te seguindo por causa do seu ?chakra? ? explicou.

    ? Hum. Ao menos sabe dizer qual a distância? ? indagou entediado.

    ? Creio que mais ou menos a... dez minutos daqui ? calou-se por um momento ?, está se aproximando muito rápido e... parece que não está sozinho!

    ? Hum...

    ? O que faremos Sasuke? ? finalmente o homem de cabelos alaranjados abandonou o silêncio.

    ? Vamos prosseguir até chegarmos à saída deste lugar, Juugo! ? seus olhos rubros já brilhavam em meio à escuridão respondendo a luminosidade que adentrava do lado de fora daquele lugar, que já se aproximava.

    ? Entendido! ? acataram os três em uníssono.

    Após percorrerem mais alguns metros:

    ? Apressem-se! ? ele ordenou à equipe, em seguida, ao passar pela saída, após todos terem-na ultrapassado, o garoto virou-se para o interior do local: ??Katon ? Goukakyuu no jutsu?!


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