Série Love.Animals - Vol. I (Reescrito!)

Tempo estimado de leitura: 36 minutos

    16
    Capítulos:

    Capítulo 2

    O Nome

    Álcool, Drogas, Linguagem Imprópria, Violência

    ~~~~Hibari ON~~~~

    Terminei de colocar os móveis no lugar quando recebi uma ligação.

    ? Alô? - disse ao atender o telefone.

    ? Ah, Hibari! Aqui é o Dino! Então... sobre o gato... - ele começou, mas eu o interrompi.

    ? Eu não quero saber desse herbívoro, quando você voltar eu irei te morder até a morte. - minha voz soou fria e ameaçadora.

    ? Ugh! B-bem, acho melhor você não fazer isso, se não cuidar desse gato, eu não irei mais te treinar, lembra? Eu até gritei enquanto corria! - Ele estava certo, apesar de eu não gostar, Dino era o melhor professor de luta que eu poderia encontrar, a maioria desistia de mim logo no início, mas esse herbívoro me treinou por dois anos, então eu não poderia perdê-lo tão cedo. Mas é claro que eu nunca irei admitir isso.

    ? Certo, mas por quê você me escolheu para cuidar desse gato? Não tem ninguém além de mim capaz de cuidar desse bicho? - perguntei, já controlando um pouco a raiva que estava sentindo.

    ? Etto... digamos que todos os meus contatos precisam ir à uma visita urgente ao psicólogo, e você é a pessoa que está mais perto do senso comum que conheço. - dava para notar o sarcasmo em sua voz, novamente aquela vontade de socar a cara dele aparece e uma veia pulsa em minha testa. - Então... não se preocupe Hibari, é somente por 6 meses! Não deve ser um problema tão grande cuidar de um gatinho, haha.

    ? "Haha" é o cacete! Eu já tenho um pássaro e um ouriço como animais de estimação, e agora você me vem com essa de eu ter que cuidar de um gato que achou na rua?! - depois do ataque de raiva, suspirei e tentei me acalmar - Se, em exatos seis meses, você não estiver aqui, eu irei morder você e este gato estúpido até a morte! - desliguei o telefone sem esperar uma resposta, fui até o sofá e observei o pequeno gato , com uma pelagem castanha e um tanto rebelde, dormindo, acomodado entre os panos sujos e as almofadas. Dei um pequeno bocejo, percebendo que estou com sono rumei para o meu quarto.

    Entrei nele e fechei a porta, ao lado do guarda roupa havia outra porta que levava a um banheiro, decidi tomar um banho antes de colocar o pijama. Deitei-me em cima da cama, sem me cobrir, e vi o Hibird, um passarinho amarelo, dormindo junto ao Roll, um ouriço (por incrível que pareça, roxo), ao pé da enorme cama de casal. Eu gostava mais de dormir em um fúton, mas depois da minha briga com meus pais eu tive que vir morar nessa casa, sozinho. Melhor assim, nunca gostei de ficar com outras pessoas, mas sinto saudades do estilo clássico japonês de minha antiga casa. Acabei adormecendo pensando no gato.

    ~~~~Hibari OFF~~~~

    ~~~~Dino ON~~~~

    Hibari, aquele meu aluno mal educado e assustador acabou de desligar na minha cara. Estava sentado no avião, antes do lançamento, quando isso aconteceu, pude entender o motivo, mas ainda assim fico pensando no inevitável castigo que Hibari irá me dar por tê-lo deixado cuidando de um gato por seis meses.

    Um único pensamento me veio à mente: "Cara, eu tô ferrado..."

    ~~~~Dino OFF~~~~

    ~~~~Hibari ON~~~~

    Acordei com a luz do sol em meus olhos, penetrando no quarto através de uma fresta entre as cortinas. Hibird voou até minha cama e começou a cantar o hino do colégio. Levantei-me, coloquei uma roupa qualquer, já que hoje era sábado e não tinha aula, e fui até a cozinha para preparar o café da manhã. Enchi a tigela de Roll com comida, assim como a do Hibird, me sentei na mesa e comi minha própria comida. Quando terminei, notei que o amontoado de panos sujos que havia em cima do sofá estava revirado, porém vazio. Comecei a procurar pelo gato, mas não o encontrava, então me dei conta de que não podia chamá-lo, já que ele não tinha um nome. Meia hora depois eu o encontrei miando debaixo de uma pilha de papéis que, provavelmente, havia caído em cima dele. Coloquei os papéis novamente no lugar e peguei o bichano. Ele me olhou confuso, seus olhos eram castanhos assim como seu pelo, e este era um pouco rebelde na região da cabeça, e depois começou a lamber a minha mão.

    ? Acho que está na hora de te dar um nome, caso isso aconteça novamente. E eu espero que não. - sussurrei para o gato, como resposta ele deu um longo miado.

    Voltei para o meu quarto e deixei o pequeno na cama, me sentei em uma cadeira para pesquisar nomes para gatos na internet. Liguei meu notebook, entrei no Google e os nomes que encontrei eram as coisas mais bizarras que já tinha visto. O quê era aquilo? Fluffy? Tom? Cupcake? Isso era, ao menos, um nome?! Desisti de pesquisar nomes para gatos, e resolvi pesquisar nomes normais. Entre tantos nomes, um deles me chamou a atenção: Sawada Tsunayoshi. Tsunayoshi... Olhei para o felino que brincava com Roll em cima de minha cama e decidi.

    ? Seu nome será Tsuna. - dei um sorriso discreto, que sumiu com a mesma velocidade em que apareceu.

    * * *

    Algumas horas se passaram e notei que já estava na hora do almoço. Levantei-me e fui até a cozinha, seguido pelos três animais. Dei comida à eles e preparei meu almoço, algo comum: curry. Olhei para Tsuna que brincava com o pires vazio e notei o quão sujo estava: seu pelo castanho tinha manchas de terra seca e algumas folhas presas. "Será que ele foi vacinado?.... Provavelmente não."

    Fiquei pensando, e depois de um tempo decidi que iria levá-lo ao veterinário mais próximo na segunda, mas por enquanto lhe daria um belo banho.

    ~~~~Hibari OFF~~~~

    ~~~~Tsuna ON~~~~

    No começo, eu fiquei com medo. Tinha acabado de acordar em um lugar estranho. O recinto era limpo e com tons claros, a curiosidade superou meu medo e fui investigar o local. Perambulei perto de uma enorme caixa branca que exala um cheiro bom de comida de seu interior. Arranhei-lhe um pouco a superfície, mas como não abria desisti. Depois encontrei uma espécie de plataforma de madeira com quatro "gravetos" o sustentando acima do chão. Tentei pular para subir, mas em uma de minhas tentativas minha pata esbarrou em algo e um monte de coisas brancas e finas caíram em cima de mim. Apesar de serem leves, aquela quantidade me deixara preso.

    Miei alto, com esperança de alguém me tirar daqui. A pessoa que veio ara alta, com pele clara, cabelos negros e olhos azuis quase tão escuros como o céu noturno. Ele possuía uma expressão fria, mas me tirou de meu sufoco. Lambi-lhe a mão em agradecimento. Ele falou alguma coisa sobre me dar um nome e depois me levou a outro aposento. Chegando lá ele me deixou em cima de algo macio. Alguns instantes depois um vulto roxo se aproximou de mim.

    ? Oi! Quem é você? - ele perguntou, enquanto um passarinho amarelo pousava ao meu lado.

    ? Eu sou Hibird, qual é o seu nome? - o passarinho disse, ele tinha uma voz infantil.

    ? E-eu não tenho um nome... - minha voz saiu baixa e trêmula.

    ? Bem, se Hibari-sama o acolheu, logo você terá um nome. O meu é Roll, prazer! - ele era energético e sempre sorria.

    ? Roll é um ouriço roxo, não é estranho? - Hibird sussurou um pouco alto demais em meu ouvido.

    ? Não tem nenhum problema em ser roxo! E você que canta na língua dos humanos? 'Cê nem é papagaio! - o passarinho amarelo ganhou uma tonalidade vermelha, e os dois começaram a falar um do outro.

    Notando meu nervosismo, os dois pararam e sorriram.

    ? Não se preocupe, eu e Hibird sempre discutimos, as no final não dá em nada.

    ? Isso, isso!

    Assenti. Conversamos um pouco e rapidamente me tornei amigo desses dois. Contei a eles que não me lembrava muito bem do que acontecera antes de eu vir parar aqui, só me lembrava de uma figura parecida com um pinguim gigante sem bico com uma peruca loira me pegando dentro de uma caixa de papelão e me levando ao "Hibari-sama", como eles chamavam o humano dono da casa.

    Ouvimos o barulho da cadeira se movendo e nos viramos, o "Hibari-sama" me olhava e disse:

    ? Seu nome será Tsuna. - eu juro que havia deslumbrado um pequeno sorriso em seu rosto.

    Algumas horas depois, Hibari foi até a cozinha e nós o seguimos, ele nos alimentou e comeu sua refeição. Quando acabei de comer fiquei brincando com o pratinho que me dera, até notar um olhar fixo em mim vindo do senhor Hibari. Alguns instantes depois ele me pegou e me levou a um outro recinto. As paredes eram lisas e brilhantes, havia uma "tigela gigante" em um canto, e ouvi o senhor Hibari dizer algo sobre estarmos no "banheiro". Avistei também um "prato" enorme sustentado por um pilar junto à parede, e um "vaso" com uma caixa atrás.

    Hibari-sama girou algo e começou a sair água de um cano metálico, a porta do banheiro foi fechada e o jovem humano retirou a parte superior dos tecidos que o cobriam (não entendia o motivo dos humanos de se cobrirem...), deixando seu tórax exposto. Ele girou novamente algo e a água parou de fluir.

    ? Venha aqui, Tsuna. - ele me pegou, eu não entendia o que estava acontecendo.

    Até que vi meu reflexo na água e notei que ele queria me dar banho. Eu odiava isso, portanto tentei me livrar de suas mãos, sacudindo-me como podia. Acabei por arranhar-lhe o braço, um filete de sangue escorria pelas três feridas abertas. Hibari me largou no chão e enrolou o braço com um pano branco. Ele tinha um olhar de dor, e me senti arrependido por ter feito tal coisa.

    Rumei até o seu lado e lambi seu braço. Parece que ele entendeu que eu não resistiria mais e deixaria que ele desse banho em mim. Dentro da água morna, Hibari passou um líquido em mim que, quando provei, tinha um gosto horrível. Enquanto me esfregava pequenas bolhas, aparentemente transparentes, mas que refletiam um pequeno arco-íris, saíam da espuma provinda do líquido. Mais tarde, outro líquido foi passado em mim, desta vez ele não tinha gosto e nem fazia espuma, mas eu sentia uma sensação boa de maciez.

    De banho tomado, Hibari pegou uma talha e se secou, depois a mim. Vendo que meu pelo ainda estava úmido, ele ligou um aparelho curioso à um buraco na parede e me secou com o ar quente que esse aparelho soltava.

    Eu passei o resto da tarde brincando com Hibird e Roll, eles diziam que agora Hibari era meu dono, e nós três somos irmãos.

    ~~~~Tsuna OFF~~~~

    ~~~~Hibari ON~~~~

    Meu braço latejava por causa dos arranhões de Tsuna, mas não me importava, depois que ele fez o estrago, ele me deixou banhá-lo. Quando terminei, fiquei impressionado com a diferença: seu pelo ficara mais macio e vívido, dando-lhe a impressão de ser um bichinho de pelúcia. Depois que limpei o banheiro notei que Tsuna se tornara muito amigo de Hibird e Roll, portanto os deixei brincar enquanto passava a tarde treinando alguns golpes.

    Quando anoiteceu, preparei a janta de todos. Fui para meu quarto e pesquisei sobre o veterinário que ficava a cinco quadras de distância. Imprimi seu endereço e telefone, faria uma ligação amanhã marcando uma consulta para o Tsuna, e aproveitando, para o resto da turma também. Desliguei o laptop e encontrei minha cama invadida por três animais que estavam em sono profundo. Não me importei, entrei cuidadosamente debaixo das cobertas e adormeci.


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