Amai Fukushuu

Tempo estimado de leitura: 3 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 16

    Owari

    Álcool, Bissexualidade, Drogas, Estupro, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Sexo, Suicídio, Violência

    Narrador POV?s

    -Onde ele está? Por favor, deixe-me vê-lo! -Pedia uma Reila desesperada, agarrada ao jaleco do médico.

    -Desculpe-me, ele não pode receber visitas!

    -Mas eu preciso vê-lo... Pelo menos me diga como ele está...

    -Me desculpe senhora, tem que me soltar... -Reila o soltou então, um tanto inconformada e observou o médico se afastar, depois ela se sentou em um banco em um canto, o rosto coberto pelas mãos.

    Ela havia acabado de chegar a Tóquio, havia conseguido um voo apenas três dias após ter recebido a noticia pela policia japonesa, sobre a tentativa de suicídio de Matsumoto Takanori.

    -Com licença! -Reila ouviu a voz suave, porém masculina, ao seu lado. ?Ele estava aqui antes??. Ela levantou os olhos para ele e o rapaz de cabelos negros sorriu para ela. -É a noiva do Matsu-sama não é?

    -Quem é você?

    -Meu nome é Asagi, acho que já ouviu falar de mim!

    -Já! Já ouvi sim! -Ela secou as lágrimas e o olhou melhor. -Você veio ver o Takanori?

    -Sim, eu vim e vou vê-lo!

    -Não... O médico disse...

    -Para o inferno com o médico! Você quer vê-lo?

    -Eu preciso...

    -Então fiquei aqui e espere!

    Reila o achou realmente estranho, mas obedeceu. Os dois ficaram sentados ali por algum e os corredores logo começaram a esvaziar, logo estava praticamente abandonados.

    -O que você vai fazer? -Ela perguntou quando Asagi se levantou.

    -Apenas venha comigo! -Reila se levantou também e o seguiu. Por sorte não encontraram nenhum funcionário.

    -Você sabe onde está indo?

    -Sim!

    Andaram por mais algum tempo, até que Asagi parou frente a uma porta, com uma pequena janelinha, ele pensou por algum tempo, depois pareceu se decidir. Se aproximou da janelinha, olhou por ela durante algum tempo, depois olhou para Reila com olhos penosos.

    -É aqui? Ele está ai?

    -Está... Mas eu não sei se seria uma boa ideia vê-lo...

    -O que? Por quê?

    -Eu vou ser muito direto com você... Ele não está nem um pouco bem!

    -Como assim? Eu preciso vê-lo, eu quero...

    -Tudo bem, mas... -Reila passou por ele então, abrindo a porta.

    Era bastante perturbador, o quarto era pequeno, as luzes estava meia fase, apesar de os funcionários trocarem ela todos os dias, a parede contrária a da cama estava adornada com alguns kanjis, mas Reila não lhes deu atenção.

    Os lençóis da cama estavam bagunçados, mas Takanori não estava nela, Reila pode encontrá-lo sentado logo abaixo dos kanjis. A cabeça enfaixada e pelo jeito seu cabelo havia sido raspado. Os braços estavam presos em torno do corpo por uma camisa de força, o rosto estava pálido, as olheiras fundas e os olhos negros sem as lentes.

    Reila não conseguia olhá-lo, era triste demais, desviou os olhos para os kanjis, eram ?友達? ou tomodachi... Amigo.

    O olhar de Takanori parecia perdido, sem propósito... Morto. A verdade é que nem Reila e nem mesmo Asagi podiam ver a real intenção de seu olhar...

    Takanori mal havia se machucado, apesar da queda, era como se algo o mantivesse vivo, por mais que ele se recusasse a comer ou beber qualquer coisa.

    Eles não sabiam, mas era algo bem maior que isso, algo não real. Algo não... Alguém, alguém que se recusava a deixá-lo partir, queria vê-lo a cada dia mais alterado, mais enlouquecido, queria vê-lo tentar tirar a própria vida e não conseguir e queria vê-lo desesperado por isso, o desespero mudo de querer desviar os olhos daquele que o encarava agora, incessantemente, desde o momento em que acordava até a hora em que era obrigado a dormir, em todos os lugares.

    Abaixado ali naquele canto Takanori o via, na sua frente, aqueles olhos escuros o consumiam de vez, deixando ali apenas um corpo, com vida, mas sem alma, sem emoções, ou vontades, apenas uma corpo perdido em uma escuridão fria e impenetrável, repleta de vergonha humilhação, sofrimento e tristeza daquele que um dia confiou em sua amizade, a escuridão vazia dos olhos de Uke Yutaka, que agora cumpria sua vingança... Sua doce vingança...


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