Amai Fukushuu

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    18
    Capítulos:

    Capítulo 15

    Matsumoto Takanori

    Álcool, Bissexualidade, Drogas, Estupro, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Sexo, Suicídio, Violência

    Ruki POV?s

    Eu fiquei deitado ali não sei por quanto tempo, jogado ali no chão frio. Eu estava internamente elétrico, a cocaína mandava que eu me movesse de qualquer forma, mas meu cérebro não enviava os comandos ao corpo.

    Um conjunto não específico de imagens bombardeava minha cabeça, me fazendo gemer algumas vezes, de dor...

    Me forcei a me colocar de pé, sem sucesso então me rastejei até minha cama, me apoiando nela para me levantar. Fiquei tonto instantaneamente quando tudo rodou, me sentei na minha cama, vomitando.

    -Droga! -Mantive a cabeça baixa por algum tempo, depois olhei pelo quarto, estava tudo quebrado.

    ?VOCÊ PRECISA SE ACALMAR, ANTES QUE VOCÊ ENLOUQUEÇA TAKANORI...?

    Me levantei de vagar e me tranquei no banheiro, eu precisa tomar banho, comer e fazer outras coisas que faz diariamente, mas era como se tudo isso fosse novo para mim, tirei minha roupa e entrei debaixo do chuveiro aberto.

    Deixei a água escorrer pelo meu corpo e ela parecia me massagear meu corpo e eu continuei de cabeça baixa.

    ?Por que eu estou excitado? EFEITO DA COCAINA! Droga... DISTRAIA-SE TAKANORI, RELAXE UM POUCO!?

    Me conformei, deixei minha mão descer pela pele da minha barriga, um tanto receoso, era como se eu nunca tivesse feito isso antes.

    Segurei meu membro com leveza.

    ?Eu não quero fazer isso, não vou conseguir... LARGA DE FRESCURA, TAKANORI!?

    Comecei a masturbação de vagar, gemi baixo sentido meu corpo relaxar sob meus próprios toques. Me sentei no chão, percebendo que meu corpo pedia por um alivio, aumentando a velocidade da massagem, então logo atingi o orgasmo.

    ?SE SENTE MELHOR??

    -Não!

    ?ESTÁ FALANDO SOZINHO...?

    -Não... Eu não estou...

    ?ESTÁ FALANDO EM VOZ ALTA TAKANORI, ESTÁ FALANDO SOZINHO...?

    -O que quer dizer com isso?

    ?QUE TENHO PENA DE VOCÊ POR ISSO!?

    -Pena?

    ?PENSE TAKANORI, VOCÊ ESTÁ ENLOUQUECENDO... VOCÊ PRECISA PROCURAR AJUDA...?

    -Não! Não quero... Não vai resolver nada...

    ?TAKANORI, EU SOU SUA CONSCIENCIA, VOCÊ PRECISA ME OUVIR...?

    -Cale a boca!

    ?SE VOCÊ ENLOUQUECER NÃO ACONTECERÁ NADA COMIGO, A VERDADE É QUE EU VOU SIMPLESMENTE DESAPARECER... VOCÊ VAI FICAR SOZINHO... PRECISA DE AJUDA...?

    -CALA A BOCA! -Eu gritei dessa vez, começando a chorar, mas ele tinha razão...

    Sai do banheiro, me vesti com uma calça de moletom e uma camisa, que eu sempre usava para dormir nos dias mais frios, depois me sentei na beirada da minha cama, meio catatônico.

    -E então?! Por que você não vem de uma vez? Por que não acaba logo com isso? Eu... Eu estou pronto... -Eu falei, observando o quarto, cada canto dele, me assustando silenciosamente com cada sombra que se mexia.

    ?PARE COM ISSO TAKANORI! TENTA DORMIR UM POUCO!?

    Suspirei, vencido, olhei para o quarto por mais algum tempo, depois, ainda sentado, me virei para me deitar.

    Senti uma mão gelada envolver meu tornozelo, não tive muito tempo para pensar, fui puxado com força e cai de barriga no chão. Diferente da primeira vez, agora eu não tive tempo de me virar, minhas pernas foram erguidas e eu continuei a ser puxado porta a fora do quarto.

    Meu corpo foi virado violentamente no corredor e eu bati de lado na parede, novamente eu não pude pensar, minhas pernas foram novamente erguidas, minhas unhas arranharam o chão e eu voltei a ser puxado pelo corredor e quando cheguei à sala, fui novamente jogado contra a parede oposta a da entrada do corredor.

    Me sentei de pressa e passei os olhos pelo apartamento, minha respiração estava ofegante e meus olhos lacrimejados.

    Aquele silêncio que havia se instalado ali estava me enlouquecendo ainda mais. Então o único movimento que eu consegui fazer foi cobrir a minha cabeça com os braços e logo em seguida tudo estava sendo lançado por todos os lados, meu móveis estavam estourando como se uma bomba tivesse sido plantada dentro deles.

    Senti os pedaços de coisas batendo em mim, me machucando, me cortando... Foram cerca de cinco minuto, parecia um furacão, o barulho era insuportável.

    ?Os vizinhos não escutam??

    E o caos parou, fiquei um tempo ainda com os braços protegendo a cabeça, mas parecia ter finalmente cessado de vez.

    Abri os olhos de vagar, a primeira coisa que vi foram meus braços, eles sangravam, estava bastante machucados, depois olhei a sala, não estava arrumado, mas era a bagunça que eu havia feito antes, meus móveis estavam intactos, nada quebrado além do que eu mesmo havia quebrado.

    Então eu me levantei e corri para o meu quarto, me trancando lá.

    ~X~

    Cinco dias, foram cinco dias assim, trancado no meu quarto, sem comer, bebendo água da pia do banheiro.

    ?VOCÊ TEM QUE SAIR TAKANORI, TEM QUE SAIR DE CASA, PROCURE ALGUÉM!?

    -Estão todos mortos... Todos eles... Eu devia... Devia morrer também...

    Me levantei da cama em um pulo, corri até o banheiro e abri o armário. Haviam varias caixas de remédio ali, peguei todas elas, abri vários potes e caixas e despejei os comprimidos na mão. Olhei para eles por algum tempo, sem coragem.

    -Kou se matou... Ele... Não queria sentir...

    Olhei para os remédios por algum tempo, depois os joguei na boca, consegui engolir quase todos, depois voltei a encher a mão, devorando-os também. Na terceira mão eu senti meu coração palpitar, dolorido, larguei os vidros e me sentei no chão.

    ?ISSO É LOUCURA TAKANORI!?

    Minha visão ficou turva e eu deixei meu corpo pender até eu estar deitado, senti minha respiração ficar forçada e minha língua começava a enrolar dentro da minha boca.

    ?OVERDOSE!?

    O desespero inconscientemente começou a me tomar. Eu estava engolindo minha própria língua? Sim, eu estava. Comecei a me debater, eu queria respirar, precisava respirar...

    ?FOI VOCÊ QUEM PROVOCOU ISSO TAKANORI, SINTO MUITO!?

    Meu corpo se bateu contra a parede algumas vezes, meus braços não tinham controle, meus dedos estavam agarrados a minha camisa... Mas essa sensação durou pouco, logo eu parei de me debater e senti que minha respiração estava se normalizando.

    ?Por que eu ainda poso enxergar? Mortos podem enxergar? VOCÊ AINDA ESTÁ VIVO TAKANORI! Mas... SUA TENTAVIA FALHOU...?

    Eu tentei o suicídio nove vezes naquele dia, contando com enforcamento, corte no pulso, outra overdose, afogamento, entre outros, todos falharam, me desesperando ainda mais, me levando a desistir no resto do dia.

    Era noite e eu estava ali, sentado na minha cama de novo... Transtornado, enlouquecido, coberto até o pescoço pelo edredom, meu corpo tremia por inteiro.

    Eu não queria mais ficar sozinho... Eu estava com medo e tudo me assustava.

    A noite estava passando malditamente de vagar e eu não sabia mais a quanto tempo eu não dormia, por que sempre que eu tentava fechar meus olhos tudo o que havia acontecido voltada a minha cabeça.

    Então as luzes se apagaram, levei minhas mãos aos ouvidos e meus olhos subiram para a lâmpada apagada.

    -Droga... Droga, droga, droga...

    ?É SÓ UMA QUEDA DE ENERGIA TAKANORI...?

    -Mas ele vai vir, eu sei que vai... -Estava bastante escuro, e a única luz do quarto era uma luzinha fraca que entrava pela janela. -Por favor... Perdoe-me... Eu... Sei que eu fui um covarde... Eu sei disso... Fui um maldito idiota e deixei você morrer... Não fui um bom amigo... Não me lembrei de você e deixei você morrer... Me desculpe...

    Me calei, minhas pernas estava encolhidas contra o corpo, as mãos ainda nos ouvidos. Senti minha coberta ser puxada de leve, quase imperceptível, meus olhos lacrimejaram.

    -Você está aqui não está? -Houve outro puxão, dessa vez um pouco mais forte e demorado, como se tentasse puxar a coberta de mim. Desci meus olhos de vagar, tirando-os da lâmpada, meu coração já quase não batia, logo alcancei o pé da cama e ali eu vi os olhos dele.

    Cobri minha boca, contendo um grito e me encolhi ainda mais... Ele estava ali, me olhando, me encarando e me fazendo definhar dentro daqueles olhos escuros e vazios.

    Então eu me senti como se estivesse morto, como se ele pudesse roubar todo o meu interior.

    Só era possível ver o topo de sua cabeça, do rosto só os olhos e o buraco de bala no meio de sua testa, a pele era branca, maltratada e em algumas partes estava sujo com algo nojento que parecia sangue coagulado e seus cabelos negros e escorridos pareciam molhados e sebosos.

    Ele continuou me encarando dali, do pé da cama e por mais que eu desejasse morrer naquele momento, meus olhos não deixaram os dele.

    Vi sua mão escorregar para cima da cama, logo depois a outra, os olhos não desviaram dos meus nem por um segundo. Logo seu corpo subia na cama, as pernas... Elas faziam um movimento desconjuntado... Havíamos realmente machucado muito ele.

    Ele se aproximava de mim agora, de vagar, meu interior parecia estar despencando em um abismo. Fechei meus olhos com força e gritei, um grito desesperado e assustador.

    Mantive os olhos fechados por algum tempo, apenas esperando ser tocado, mas nada aconteceu, então eu os abri, senti-os arder, a luz estava acena e o quarto vazio.

    Mesmo assim eu pulei da cama e corri. Sai do quarto ainda correndo e cheguei à porta de saída, a puxei com força, mas ela estava trancada, por mais que eu tivesse desvirado a chave. Continuei a puxá-la, causando um barulho realmente alto.

    -Por que ninguém escuta... Por que ninguém escuta...

    Sabe aquela sensação de que tem alguém se aproximando de você? Ela me sufocava agora, era como se uma pressão tomasse conta da minha cabeça e quando eu senti que não suportaria mais a porta simplesmente se abriu, quase me levando ao chão, mas não me importei, apenas corri indo até o elevador.

    No corredor eu pude perceber que chovia agora, por que relampeava forte. Apertei o botão do elevador com força e repetidas vezes.

    -Rápido... -Eu morava no quarto andar, o elevador estava no térreo e parecia não estar se movendo. -Vamos...

    Senti um arrepio estranho quando um relâmpago forte iluminou o corredor e então eu pude ver...

    Meu corpo ficou estranhamente sem força, me apoiei na parede, eu chorava... Ele estava de pé, mas os pés estavam pregados no teto e ele, de cabeça para baixo.

    -Matte... Yamero! -Eu pedi desesperado, agora ele andava ainda de cabeça para baixo, em minha direção.

    Reuni as forças que eu consegui e dei as costas a ele, descendo a escada ao lado, correndo, caí... Corri mais algum tempo.

    Eu já estava suado e cansado e agora ainda mais desesperado, por ler na plaquinha na parede ?4º andar?.

    -O que?! -Parei, me apoiando no corrimão, quase sem respirar.

    -Ruki?! -Ouvi uma voz atrás de mim, conhecida... Então me virei para encará-lo.

    -Yuu?!

    Não consegui me mexer, então ele veio até mim, andando de vagar, segurou meus pulsos, vi desespero em seus olhos.

    -Como você teve coragem? Como pôde? -Puxei meus pulsos, não era Yuu... Os olhos escuros...

    Dei as costas a ele, para quase cair da escada, por que havia dado de cara com Akira.

    -Por que deixou que eles fizessem aquilo? Como pôde? -Me virei novamente, e dessa vez eu cai sentado no degrau da escada, Kouyou tinha o rosto quase colado ao meu, mas Yuu havia desaparecido.

    -Eu era seu amigo Takanori... Como pôde? Você os ajudou... -Eu estava desesperado, e perto de desistir, dei as costas a ele, e sem me levantar comecei a rastejar, subindo a escada sem força, para encontrar um par de pés, levantei os olhos e vi Takamasa ali, abaixado, o rosto próximo ao meu.

    -Você é o pior deles, me disse ?koishiteru?, mas sequer se lembrava de mim... Nunca foi meu amigo de verdade não é?

    Vi o rosto de Takamasa se transformando lentamente no dele, os olhos...

    Desci um degrau de costas, ainda sem me levantar, ele me seguiu, de quatro, o corpo desconjuntado, os olhos pregados em mim.

    Foi um surto de coragem que fez com que eu me levantasse e corresse até a saída de emergência, passei por ela me pendurando na escada externa e antes de começar a descer eu olhei para o hall onde antes eu estava... Agora vazio.

    Comecei a descer sem prestar atenção na chuva. Desci por muito tempo, até meus braços e pernas desistirem, então eu parei e olhei para baixo, eu ainda estava na altura do quarto andar.

    Deixei o desespero me tomar de vez, apoiei minha testa em um dos degraus de ferro e me permitir chorar. Era algum tipo de alucinação? Senti pingos de algo que não era água caindo sobre a minha testa e cabeça, respirei fundo, meus braços estavam prestes a me trair, tremiam pelo frio e pelo medo.

    Mais uma vez reuni minhas forças e minha coragem, abri meus olhos e levantei a cabeça lentamente para encontrar o rosto dele, quase colado ao meu.

    Ele estava logo acima de mim, descia a escada de cabeça para baixo. Com o susto, meus pés se soltaram do degrau e eu me vi pendurado em apenas uma das mãos, mas meus olhos estavam novamente pregados nos dele.

    Sua mão desceu mais um degrau e a cada vez que se aproximava eu me sentia mais vazio, mais sem vida. A mão fez mais um movimento, ele ia me tocar agora e por mais que eu me sentisse morto, minha única reação foi soltar os dedos da barra de ferro.

    Senti meu corpo cair, meus olhos sem deixar os dele, tudo parecia estar acontecendo em câmera lenta, mas logo tudo estava escuro... Eu havia batido no chão, caindo do quarto andar...


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