Amai Fukushuu

Tempo estimado de leitura: 3 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 14

    Ishihara Takamasa

    Álcool, Bissexualidade, Drogas, Estupro, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Sexo, Suicídio, Violência

    Ruki POV?s

    Fui levado de volta para o meu quarto, tiveram que me segurar para me dopar com uma injeção de sei lá o que e logo eu apaguei. Não sei por quanto tempo dormi, por que quando acordei ainda era noite.

    Senti minha cabeça doer e algumas imagens voltaram a minha cabeça como um flash.

    ?Sonho? VOCÊ SABE QUE NÃO!?

    Me sentei na cama atordoado. Então era verdade? Kou... Esperei um pouco até que eu pudesse estar completamente ciente de tudo, então me levantei, eu precisava encontrar Takamasa.

    Estava tudo um tanto abandonado nos corredores, ponto para mim. Caminhei por algum tempo, não havia ninguém por ali.

    ?VOCÊ NÃO PENSA MUITO NÃO É TAKANORI? O que? Por que? É ISSO QUE ELE QUER... NÃO PERCEBE QUE ESTÁ FACIL DEMAIS? Não me importo... Eu preciso encontrar Takamasa... SÓ PARA VÊ-LO MORRER ASSIM COMO VIU KOU? ...?

    Sai do hospital sem encontrar exatamente ninguém, era realmente o que ele queria? As pessoas da recepção estavam estranhamente dormindo... Todas elas.

    Me atrevi a pegar uma chave de carro das mãos de um senhor desacordado e logo eu estava fora dos portões do hospital, dirigindo rumo a casa de Takamasa.

    As imagens de Kou voltaram a bombardear meu cérebro como flechadas, meu coração se apertou e eu chorei, por varias vezes quase bati novamente o carro, até que finalmente estacionei frente à casa de Takamasa.

    Desci do carro apressado, conversei rápido com o porteiro e ele, me conhecendo, permitiu que eu subisse.

    -Takanori? -Se assustou Melody abrindo a porta para mim.

    -Onde está o Takamasa? -Perguntei, entrando sem convite.

    -Não sei... Ele não está aqui Takanori... Não o vejo desde ontem...

    -O que?

    -Ele estava alterado... Você sabe... Disse que ele precisava ir embora... Que precisava deixá-lo em paz!

    -Ele?! -Parei no corredor e a encarei. -Então ele está vendo também?

    -Eu não sei do que ele falava e não sei do que você está falando agora... Mas o Meev não está bem... Desde que você voltou, ele está assustado, está com medo de tudo, fica falando sobre ele... O que está acontecendo Takanori?

    -Ele disse pra onde ia? -Perguntei ignorando todo o discurso dela.

    -Eu não sei, mais disse algo sobre procurar você...

    Meus olhos arregalaram automaticamente, então deixei ela ali, gritando coisas como ?me explique?, e voltei ao carro roubado.

    Dirigi até a minha nova casa. Ninguém sabia que eu havia me mudado, mas eu sabia que logo a policia me encontraria. Eu não os julgava pela desconfiança, afinal eu era o único presente em todos os desaparecimentos... Em todas as mortes, e eu sabia que ele estava fazendo isso de propósito.

    ?Pode levá-la embora desse mundo ou... Simplesmente enlouquecê-la... Para vê-la definhar e não deixa que ela morra... Por que assim perderia toda a graça...?

    -Miyavi?! -Cheguei ao meu apartamento, a porta estava aberta, escancarada. -Miyavi, onde você está?

    Ascendi todas as luzes e tudo o que poderia iluminar, procurei pela casa, nada. Fui até meu quarto, abri a porta e o vasculhei com os olhos, nada. Fechei a porta novamente, escorando minha cabeça nela e suspirando fundo, então senti uma mão tocar minhas costas...

    Me virei de pressa, batendo as costas contra a madeira e encarando um Takamasa Magro e pálido.

    -Miyavi?

    -Faça ele ir embora! -Ele agarrou minha camisa e me bateu contra a porta. -Faça ele parar!

    -Miy...

    -Isso tudo é sua culpa Takanori! Você começou tudo isso, se envolvendo com aquele maldito... Você tem que fazer ele parar...

    -Takamasa?! Por favor, me solte...

    -Faça o parar... Eu não quero mais ver o rosto dele, não quero mais ver aqueles olhos...

    -Takamasa! -Falei com a voz firme (apesar de baixinho eu tinha uma voz bem grave e se a pessoa não estivesse me vendo, poderia até se assustar). Ele me encarou por algum tempo, depois cobriu o rosto com as mãos, começando a chorar. -Se acalme... Por favor...

    Eu o puxei até a sala e fiz com que ele se sentasse no sofá.

    -Eu não consigo mais dormir... Isso está me perturbando...

    -Quem?

    -Ele... Ele, Ruki, ele...

    -Por que você mentiu? Por que negou? -Me sentei ao lado dele.

    -Eu estava com medo!

    -Medo?

    -De... Parecer fraco... -Suspirei cansado. -Onde estão os outros?

    Demorei responder, depois me levantei.

    -Quer um pouco de chá? Vai te deixar mais calmo... -E sai da sala rumo à cozinha. Eu não queria deixá-lo ainda mais assustado, esconderia a verdade dele até que ele aguentasse ouvi-la. -Eu estive na sua casa... Melody está preocupada, devia ligar para ela... Dizer que...

    Ouvi a porta bater, demorei algum tempo até conseguir reagir, depois corri até a sala, vazia...

    Narrador POV?s

    Takamasa caminhou pela rua, um tanto apressado, estava assustado, os olhos atentos... Ele estava lá, na sala de Takanori, não poderia ter continuado lá com ele.

    Enquanto andava, sentiu uma presença estranha, que parecia segui-lo de muito perto. Apertou o passo, andando cada vez mais rápido e quando sentiu que a presença o alcançava, virou na primeira entrada que viu... Escura. Mal andou cinco passos e encontrou o muro, era um beco sem saída.

    Passou a mão pela parede de tijolos sólidos e suspirou.

    -Sem saída? Devia voltar para casa e tentar ficar tranquilo! -Ele disse a si mesmo, se virando para sair dali.

    Tudo aconteceu em menos de dois segundos, viu um rosto pálido, muito próximo ao seu. Ele tentou se afastar, bateu forte com as costas contra o muro e caiu sentado no chão, fitando o beco vazio.

    Começava a serenar, estava frio agora por conta das gotículas. Logo alguns pingos mais grossos caíram sobre a testa, gelados, seus olhos automaticamente subiram e seu interior pareceu vazio ao entrar em contato novamente com aqueles olhos, que faziam parte agora de um corpo de ponta cabeça, tentou ser o mais rápido que pode, jogou o corpo para o lado, tentando se desvencilhar, mas novamente ele estava ali, o rosto, colado ao seu.

    Encostou novamente ao muro, os olhos fechados com força, a respiração pesada.

    -Por favor... Me perdoe... -Pediu com a voz fraca e quase nula. -Me perdoe...

    Então sentiu duas mãos tocando suas bochechas, geladas e grudentas e... Vinham de trás... Do muro...

    As lágrimas deixaram seus olhos aos montes, um grito ficou preso em sua garganta, às mãos rastejavam pelo seu rosto, chegando aos olhos e abrindo-os. A última coisa que viu fui alguém na entrada do beco, ela gritava algo, mas a dor que se seguiu o impediu de decodificar...

    Ruki POV?s

    Lá estava eu correndo outra vez, o tempo estava fechado, deixando tudo mais escuro que o normal, e agora começava a serenar. Gritei por algumas vezes, chamei por Takamasa, mas nenhuma resposta...

    Até que uma movimentação me fez perceber a presença de alguém no beco anterior, então eu voltei, a escuridão me fazia enxergar mais, principalmente pela falta dos óculos ou das lentes de contato.

    Semicerrei os olhos e pude ver Takamasa ali, no chão, então eu entrei por aquela viela, apressado.

    -Miyavi? Miyavi? -Então eu parei de supetão...

    Aquele rosto no muro me olhou profundamente, os olhos arregalados, a boca escondida pelo ombro de Takamasa e o corpo... O corpo simplesmente não existia... Era como se estivesse dentro do muro.

    As mãos estavam nos olhos de Takamasa agora, ele o obrigava a olhar para mim. Não consegui mais me mover, eu estava paralisado pelo medo que aqueles olhos fixos em mim me passavam.

    Takamasa estava sendo puxado para dentro do muro e eu estava observando tudo, então me forcei a me mexer, como se fosse um comando de um terceiro, eu segurei os braços de Takamasa e o puxei.

    -Solte-o! Agora! -Então eu vi seus dedos entrarem nos olhos de Takamasa, os seus ainda fixos em mim, que agora chorava. -Solte-o! Deixe-o... Por favor!

    E seus dedos lentamente afundaram os olhos de Takamasa, eu gritei desesperando vendo-os espirar sangue, mas não o soltei, puxei ainda mais e ele gritou, os dedos dele já iam fundo em sua cavidade ocular.

    -SOLTE-O! -Gritei mais uma vez percebendo que apenas os braços de Takamasa estavam visíveis agora. -TEISHI! SOLTE-O! MIYAVI?!

    Me sentei no chão, puxando com mais força, mas não adiantava, seu braço estava desaparecendo e eu fui obrigado a soltá-lo. Me deitei no chão sujo e chorei...

    ?Acabou? NÃO... FALTA VOCÊ!?

    Apenas chorei, sentindo os pingos da chuva aumentando consideravelmente, eu precisava voltar para casa, com todos aqueles gritos logo o lugar encheria de pessoas.

    Me levantei, ainda chorando muito, na parede onde Takamasa havia desaparecido estavam os kanjis ?悲しみ?, ou kanashimi, que significavam tristeza, era o que ele realmente sentia... Caminhei de vagar de volta para casa.

    Eu não me importava mais, mas tinha medo de pensar nisso, ele me levaria daquela forma? Eu preferia que fosse sem dor...

    Entrei em meu apartamento um tanto aturdido, parei na porta e chorei mais uma vez e gritei, gritei de raiva, deixando que o grito se esvaísse de vagar, então com a força que eu ainda tinha eu lancei a mesa do telefone no chão, quebrando o aparelho, não me importei, continuei a lançar coisas por todos os lados, quebrei metade do apartamento, gritei mais algumas vezes e confrontei ele.

    Então pensei no que estava na minha gaveta de meias, dentro da caixinha vermelha... Sim, o maldito pozinho branco, eu me droguei naquela situação tão extrema e desesperadora, fiquei jogado ali no chão do meu quarto, um pouco catatônico, vazio...

    ?Não importa, já acabou mesmo... TALVEZ NÃO... Ele está em todo lugar, não importa, ninguém vai poder fazer nada... Acabou...?


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!