Amai Fukushuu

Tempo estimado de leitura: 3 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 7

    Kitanai Kan... Atarashii Jinsei

    Álcool, Bissexualidade, Drogas, Estupro, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Sexo, Suicídio, Violência

    Ruki POV?s

    Acordei com uma dor de cabeça insuportável e uma vontade de vomitar nauseante. O barraco estava mais bagunçado do que no momento em que havíamos entramos. Haviam garrafas quebradas por todos os lados e um cheiro ruim no ar.

    Eu ainda estaca deitado naquele chão sujo, grosso de poeira, mas no mesmo lugar que eu me lembrava de ter caído, lembrava em partes, por que a maior parte do tempo havia sido simplesmente apagada da minha memória.

    Me esforcei para me colocar sentado e tudo rodou violentamente. Vomitei no espaço entre minhas pernas, demorei um tempo de olhos fechados até que a tonteira amenizasse.

    Quando consegui abrir os olhos vi Kouyou sentado em um canto, abraçado as próprias pernas, parecia em estado catatônico.

    -Kou?! -Chamei baixinho, ele não me olhou. -Kou?!

    -Ele está assim desde que acordou! Não quer falar com ninguém! -Ouvi a voz de Reita. Ele e Yuu estavam sentados logo atrás de mim.

    -O que aconteceu?

    -Não se lembra?

    -Não tenho certeza... -Me levantei de vagar e caminhei com dificuldade até Kou, me abaixando de frente para ele e segurando seu rosto, ele chorava. -Kou...

    -Nós somos monstros... Monstros... Vamos ser castigados por isso... Vamos... -Ele disse e continuou a repetir em voz baixa.

    -Do que ele está falando? -Perguntei me virando para os outros dois que pareciam tão abalados quanto eu. Senti meus olhos sendo queimados por lagrimas. -O que aconteceu?

    Minha voz soou baixa e engasgada pelo lugar abandonado.

    -Ruki... -Reita se aproximou de mim, me ajudando a me levantar, achei estranho o fato de ele segurar minha mão e me puxar, mas os segui calado. Entramos por uma porta que levava a um pequeno cômodo, Reita fechou a porta atrás de si.

    -O Kou...

    -Aoi vai cuidar dele, você sabe disso!

    Eu o encarei.

    -Akira...

    -Ruki, me diga o que você se lembra...

    -Ah... Eu não tenho certeza...

    -Só me diga...

    -Etto... -Eu o encarei novamente. -Eu me lembro que estávamos muito alterados e que trouxemos Yutaka para cá... Onde ele está?

    -O que mais?

    -Onde ele está?

    -O que mais Ruki? -Pensei por algum tempo.

    -Nós... Nós... -Suspirei, o desespero estava voltando a me tomar. -Nós...

    Reita suspirou.

    -Só isso? -Eu o encarei com os olhos lacrimejados.

    -O que mais eu deveria me lembrar?

    -Não sei como posso te dizer isso! Venha! -Reita me segurou pelo pulso e me puxou de volta para a primeira sala, vi ele trocar olhares com Aoi que suspirou cansado. Ele continuou a me puxar até o fundo da cabana, onde tinha um corredor com algumas portas abertas e a última fechada. Reita me levou até ela, agora ele me segurava pelo ombro, como se a qualquer momento eu pudesse cair. Por alguns momentos me lembrei do Reita que eu havia conhecido no colégio.

    -Sinto muito Taka... -Ele disse baixinho, eu ia perguntar o por que, mas ele abriu a porta.

    Olhei o interior daquela sala sem qualquer reação ou expressão no rosto, me desliguei com aquela cena.

    Ali estava o corpo dele, o rapaz estranho da faculdade, aquele por quem eu havia sentido um forte desejo sexual, aquele que confiou em mim e eu o trai. Kai estava morto! Os olhos abertos pareciam me olhar, mas sem vida, o corpo desconjuntado e a roupa rasgada e suja. Ultrajante! Me senti sujo e apodrecido, eu havia participado daquilo. O buraco no meio de sua testa me fez lembrar do estalo que eu havia ouvido na noite anterior, então era isso, tinha sido Miyavi?

    Senti meu corpo perder as forças, eu ia desmaiar de novo, Reita me segurou mais firme, me afastando da porta e eu voltei a vomitar.

    -Onde está o Takamasa? -Perguntei com a voz falhando.

    -Lá fora, mas é melhor não ir lá agora! -Apenas confirmei com a cabeça.

    Eu não queria ver Ishihara Takamasa, não naquele momento, e eu aposto que ele também não queria me ver. No desespero e sem saber o que fazer nossa única opção foi chamar a policia. Sim... Nós fomos presos, mas por sermos de famílias influentes, logo fomos liberados e o caso foi encerrado como um ?acidente?, por que Kai não teria alguém que recorresse por ele, logo ninguém se importaria se o caso ficasse assim.

    Mas isso não quer dizer que não sofremos consequências, fomos separados bruscamente uns dos outros, Ishihara Takamasa foi levado a um centro de reabilitação, mais um jogo de marketing de seu pai, Suzuki Akira precisou começar a trabalhar com o pai, para que passasse a ter mais ocupação, Shiroyama Yuu a mesma coisa, precisou ir para a empresa do pai, Takashima Kouyou seguiu na faculdade, passando a estudar o tempo todo, sem descanso, e eu... Bem... Eu fui mandado para Los Angeles, onde meu irmão mais velho cuidava das filiais das empresas Matsumoto. Lá, passei a cuidar dos negócios da família ao lado do meu irmão.

    Eu havia me acostumado com a vida ali, e por algum motivo minha consciência havia apagado os acontecimentos do passado, eu estava tranquilo...

    Minha mãe havia falecido um ano depois de eu ir para L.A. e meu pai cuidou de tudo sozinho em Tóquio durante algum tempo, mas veio a falecer também, cinco anos depois da morte da minha mãe. Eu já tinha 28 anos agora e, depois de tanto tempo, preciso voltar a Tóquio para dar continuação aos negócios da família.


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