Amai Fukushuu

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    18
    Capítulos:

    Capítulo 1

    Rekishi no mae ni rekishi

    Álcool, Bissexualidade, Drogas, Estupro, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Sexo, Suicídio, Violência

    Ruki POV?s (pointing of view from Ruki)

    Eu era popular, tinha um circulo de amigos do mesmo nível que eu... Ricos. Tínhamos nossa rotina, estudávamos, tocávamos em uma bandinha que não tinha futuro algum e alguns de nós costumavam bater em rapazes mais fracos e indefesos que eram fortemente zuados por qualquer um da faculdade... Sim, éramos um grupo amado pelas menininhas e odiado pelos ?CDF?s?.

    Não, eu não gostava de bater em ninguém, até por que tendo 1,62m de altura, eu é que devia ter medo. Aliás, me chamo Matsumoto Takanori, ou Ruki, é como meus amigos me chamam e entre meus amigos sou considerado o cara com estilo.

    Bem, talvez eu fosse mesmo estiloso... E talvez um pouco narcisista... Vaidoso eu acho... Bem, eu gostava de me arrumar, afinal eu era um rapaz bonito, modéstia a parte, usava roupas caras e uns óculos de aro preto, grosso... Mas a verdade é que eu gostava de mexer no meu cabelo... Desesperadamente... Agora eu usava um pouco comprido, passando um pouco da orelha, ondulado (como japonês consegue ondular o cabelo?! Não, você nunca saberá) e castanhos. Eu usava um alargador na orelha direita e acima dele, outros cinco brincos.

    O resto do grupo também era considerado estiloso, não tanto quanto eu, mas estiloso.

    Suzuki Akira, ou Reita (sim, tínhamos apelidos sem noção), era bonito, tinha um olhar forte, profundo, os cabelos loiros, usava um moicano, eu admito que gostava de suas roupas, sempre cheias de spikes e coisas de metal, o que nunca entendi foi o motivo de usar uma faixa no nariz, mas novamente eu admito, isso deixava ele bem sexy... Não, eu não sou gay, mas se eu fosse com certeza eu pegaria Reita. Seu único e maior problema era que seu passatempo preferido era bater nos garotos estranhos da faculdade.

    Shiroyama Yuu, ou Aoi, era sempre muito sorridente e divertido, era um moreno de cabelos compridos e pretos, longos e sempre presos, gostava de roupas confortáveis, algo como um chinelo de dedo, uma bermuda larga e uma camiseta folgada, bastante casual, o que o deixava um tanto ?descolado?, usava um piercing no lábio inferior. Mas infelizmente ele compartilhava do mesmo passatempo de Reita.

    Ishihara Takamasa, ou Miyavi, era com certeza o mais egocêntrico de todos nós, sempre mais feliz do que precisava ser, gostava de chamar atenção, usando roupas coloridas e tendo o corpo coberto por tatuagens, tinha um piercing no lábio, um no nariz e um na sobrancelha. Era bonito, tinha cabelos pretos, compridos e repicados, era marrento e provocava a qualquer um desde que tivesse certeza de que podia enfrentá-los.

    Takashima Kouyou, ou Uruha, era o mais bonito de nós, com toda a certeza, tinha uma beleza estranhamente feminina, sem deixar de ser bastante homem, os cabelos eram de um castanho acobreado, a mesma cor de seus olhos, os lábios muito bem desenhados e um olhar absurdamente sedutor, ele sempre usava roupas estranhamente provocantes, seja para mulheres, seja para homens, Uruha era capaz de causar confusões e convulsões mentais. Não gostava da ideia de bater em ninguém, talvez fosse delicado demais para isso.

    Sim, éramos o grupinho de rapazes desejados da faculdade e que não estava nem ai com a paçoca... Bem, eu estava ai para a paçoca sim, por que paçoca é gostoso... Quero dizer... Eu, constantemente, estudava escondido na biblioteca depois do período de aulas, não queria reprovar em nenhuma matéria, mas não queria que meus amigos me batessem como fazem com todos os que estudam demais.

    E foi na biblioteca que eu conheci ele, o rapaz estranho que ficava sempre na ultima mesa da biblioteca, sempre me perguntei por que ele ficava tanto ali, sempre depois das aulas, sempre nos horários vagos, sempre... E eu sempre sentindo alguma coisa estranha quando via ali.

    ?Olha só para ele, roupas comuns, cabelo tão típico!? -Eu sempre me pegava a pensar enquanto olhava ele ler aquela pilha de livros, e eu apenas com um livro na mão, aberto e esquecido enquanto eu o fitava. -?Provavelmente é um bolsista, veste roupas tão... De segunda mão!?

    Eram pensamentos estranhos e fúteis, mas eles não me abandonavam. Uma vez ou outra o vi olhando para mim, provavelmente sentiu que eu o secava, mas logo desviava o olhar para os lados, ou de volta para o livro.

    Naquela noite estávamos somente nós dois ali, sem sequer perceber, a cada dia, eu sentava em uma mesa mais próxima a dele. A bibliotecária estava distraída com um livro de romance qualquer. Continuei a olhá-lo naquela noite fria. Tentei me obrigar a me concentrar no livro que eu precisava ler, mas meus olhos continuavam interessados no rapaz comum.

    ?Pare com isso Takanori, você tem prova amanhã, precisa terminar de ler isso!? -Eu dizia mentalmente a mim mesmo.

    Voltei meus olhos para o livro em minhas mãos... Sim... Sim... Eu estava conseguindo me concentrar dessa vez, quando o barulho de ~ taque ~ soou pelo recinto, desviei meus olhos automaticamente para mesa do rapaz, ele estava com o rosto encostado na madeira, provavelmente dera uma testada ali, o livro aberto em cima da cabeça, cobrindo a nuca. Suspirei cansado e me assustei quando involuntariamente me levantei, olhei para a bibliotecária (eu acho que ela estava era cochilando), então me decidi, eu ia falar com ele.

    Eu não sabia o porquê eu estava tão interessado naquele rapaz, ele era realmente estranho, nunca o vi fora dali, sempre estudando, sempre sozinho... Talvez eu quisesse saber mais como é isso... Desde pequeno eu sempre fui cercado de pessoas ricas e industriais... Industriais do tipo falsas, falam e fazem coisas de acordo com o lugar ou as pessoas presentes, nunca conseguem ou não querem ser originais.

    Me aproximei de vagar dele, que continuou de cabeça baixa, parei em frente a sua mesa, respirei fundo e arregalei meus olhos. O que eu estava fazendo? Eu não me importava em conviver com pessoas industriais... Por que eu era um deles... Um industrial!

    Eu ia me afastar antes que ele pudesse me perceber ali, mas esbarrei em uma maldita cadeira atrás de mim, derrubando-a com um estrondo alto (que porra de estrondo era aquele? Uma cadeira caindo não fazia tanto barulho assim). O rapaz me olhou assustado, tirando o livro da cabeça, eu o encarei sem reação, depois abracei meu próprio livro, me sentando de frente para ele. O rapaz continuou a me olhar assustado, indagando com os olhos o que é que eu estava fazendo.

    -Tudo bem se eu me sentar aqui? -Ouvir minha voz sair baixa.

    -Ano... Daijoubu! -O encarei, ele tinha os olhos negros como sei lá o que, eram estranhos, bonitos... Pareciam me perfurar de um jeito... Que eu realmente não sei explicar.

    -Meu nome é Matsumoto...

    -Eu sei quem é você! -Ele me cortou, me olhava de baixo, pois ainda estava semi-deitado sobre a mesa, e eu admito que ser olhado de baixo, para alguém com a minha estatura, era realmente novo. -Ah... Meu pai trabalhou para o seu...

    -Ah... Wakata... -Ficamos em silêncio por alguns segundos. -Qual é mesmo o seu nome?

    -Yutaka... Uke!

    -Yutaka?! Seu sobrenome... Acho que conheci mesmo seu pai...

    -Com certeza que sim!-Ele disse baixo.

    -O que?

    -Nani mo! -Ficamos em silêncio por algum tempo. Ele voltou a deitar a cabeça na mesa, parecia incomodado com a minha presença.

    -Ham... Me desculpe... Eu estou incomodando?

    -O que? -Ele me olhou. -Ah... Não... Daijoubu!

    Ficamos em silêncio, eu sabia que estava sendo desagradável, meus amigos batiam nele, não sei o que eu tinha na cabeça.

    -Então, que curso você faz?

    -O mesmo que você!

    -Ah... Sério?! Eu nunca reparei... -Me calei, quando ele me encarou, então surpreendentemente ele sorriu.

    ?Kami-sama, que sorriso é esse? Era grande e bonito e estranhamente infantil... E que porra é essa que você está pensando Takanori??

    -Qual é o problema?! -Ele me perguntou. -Estão lá fora?

    -O que?

    -Seus amiguinhos? Estão lá fora?

    -Não!

    -Então o que você quer? -Ele continuou a me encarar. -Eles estão lá fora esperando para me bater?

    -Não! Eu não... -Ele voltou a rir baixo, percebendo que agora eu estava assustado.

    -Você é estranho Matsumoto! -Ele se levantou, recolhendo os livros. -Até amanhã!

    -Ah... Até... Mas... Me chame de Ruki! -Ele voltou a me encarar.

    -Kai... -Estendeu a mão para mim e eu a apertei.

    -Até amanhã!

    Observei ele se afastar. Kai... Apelido estranho... Espera! Até amanhã?! Isso quer dizer que amanhã eu poderia falar com ele novamente? Isso era alguma tipo de ?sente-se comigo amanhã de novo!?? Ah... O que estava acontecendo comigo? Por que eu estava tão feliz? Ele era estranho e eu estava feliz por falar com ele... O que diabos era aquele aperto no meu peito?


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