Alma Gêmea: O Anjo da Guarda

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    Capítulos:

    Capítulo 22

    O primeiro beijo

    O público lotou todo o espaço. Estava um formigueiro de pessoas, e todos cantavam em uníssono as músicas da banda. Eu podia escutar minha voz misturando-se com a de Alex, ao cantarmos juntos. Foi lindo. E de arrepiar.

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    Cap. 22

    O show estava quase no fim. Durante as últimas músicas, passaram no telão vídeos e imagens do ex-vocalista da banda The White Sky, o Dan. Às vezes sentia que já o tinha visto, como se eu o conhecesse... era estranho. Mas emocionante. Só me dei conta quando senti os dedos de Alex percorrendo meu rosto, limpando as lágrimas que escorriam.

    - Não chora... senão eu vou chorar também ? ele fez um biquinho e depois deu risada de sua brincadeira. Deu-me um abraço apertado.

    Eu não queria mais soltar. Quando Alex me abraçava, eu me sentia protegida, como se nada pudesse fazer-me mal. Ele também não queria me soltar. E assim ficamos até o final do show.

    - Obrigado a todos os presentes!!! Essa foi uma das noites mais lindas da minha vida!!! Que nós possamos tornar cada vez mais Dan Carrew e a banda The White Sky uma lenda do rock brasileiro!!!! ? o vocalista da banda se despedia, o público batia palmas... realmente, foi uma noite incrível.

    Fomos saindo do local do show, Alex com o braço por cima do meu ombro e eu abraçando a sua cintura. Qualquer um que nos víssemos ali pensaria que éramos namorados. Pensei em minha mãe e ri por dentro. Ela adoraria ver essa cena.

    O dia estava amanhecendo. O sol nascia no horizonte, o céu começava a ficar claro. Dentro do carro, nós esperávamos toda aquela multidão dissipar-se, só assim poderíamos sair.

    - Que tal agente não ir pra casa agora? Que tal se agente fosse pra outro lugar? ? disse Alex, com um olhar divertido.

    - Como assim ?outro lugar?? ? sentir-me corar.

    - Ei, o que você está imaginando?? ? riu da minha cara de besta.

    - Nada...

    - É que eu me lembrei de que atrás da casa de show tem um areal, parece uma praia, só não tem mar. Mas o nascer do Sol é lindo lá. Que tal?

    Assenti com a cabeça. Demos a volta de carro, então pude ver o que eu nunca havia conhecido naquela cidade. Era realmente lindo! Descemos do carro e encostamo-nos em uma cerca de madeira, para ver o Sol nascer. Mas Alex tomou a minha frente.

    - Sabe Anne, eu gosto tanto de ficar com você... ? disse ele, segurando minhas mãos.

    - Eu... eu também... ? eu só conseguia olhar para o chão de areia.

    - Eu nunca me senti assim com outra pessoa. Quando eu tô com você, sinto como se tudo fosse dar certo. Eu não sei explicar, mas...

    Ele levantou meu queixo e olhou nos meus olhos. Sua respiração lenta e pesada batia em meu rosto, enquanto ele aproximava o seu.

    - Alex, eu... ? tentei falar, mas ele pôs o dedo indicador nos meus lábios em sinal que eu me calasse.

    - Eu não sei explicar, mas... é como se eu te conhecesse de outra vida.

    Meus olhos se arregalaram diante dessa frase. Eu também tinha essa sensação, desde o dia que ele me ensinara matemática. Todos os dias, todas as vezes que eu o via, tinha essa sensação.

    Alex estava com o rosto praticamente colado ao meu. Se fossem cinco centímetros de distância era muito. Pensei no beijo do cinema que não aconteceu, porque meu irmão nos atrapalhou. Não havia ninguém no areal. Ninguém para nos atrapalhar.

    Foi com cautela que seus lábios tocaram nos meus. Depois, menos nervosos, beijamo-nos despreocupadamente, um ritmo perfeito, mais parecia uma dança. Era como se tivéssemos ensaiado para aquilo.

    - Eu acho que eu te amo ? falamos em uníssono. Alex olhou pros lados, a procura de verde, mas só tinha areal. Rimos juntos.

    Essa dupla declaração bastou para nós. Sentei-me na areia, Alex deitou a cabeça no meu colo. Eu gostava de acariciar a grande cicatriz no queixo dele e de pensar o quão a garota que ele disse que via o fazia lembrar-se de mim.

    - Eu não sei como um cara como você pode gostar de mim. ? falei.

    - Ora, por quê?

    - Ah, você é mais velho, já fez faculdade, trabalha... E eu, 17 anos e ainda vou sair da escola...

    - Anne, só você mesmo pra me fazer rir assim!!! ? ele estava se embolando de rir no meu colo. Depois que a crise de riso passou, ele sentou-se em minha frente, me olhou nos olhos e disse:

    - Eu não sei como explicar o que eu sinto por você. Não há palavras.

    Minha boca se abriu diante do que meus ouvidos ouviram. Nunca vi nenhum cara falar isso assim, sem mais nem menos, mas de um jeito tão profundo que encantaria qualquer mulher. Quis falar, mas ele sufocou minhas palavras com seu beijo.

    - Posso te fazer uma pergunta? ? disse Alex.

    - Já está fazendo. ? ele riu da minha brincadeira.

    - Quer namorar comigo?

    Senti-me congelar. Um frio passou pela minha barriga, meu coração disparado. Mas minha boca não diria nada além de:

    - Sim. ? contente com a resposta, Alex deu o sorriso mais lindo do mundo e me beijou de novo.

    Ficamos ali até umas 4:30h da manhã. Depois fomos pra casa. Fui pro meu quarto ?pisando em ovos? para que meus pais e meu irmão não acordassem. O difícil agora era dormir, depois do show, depois dos beijos, depois de tudo. Ah Alex, eu estava completamente apaixonada por você.


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