Fanfic Meu Querido Mordomo

Estava em um lugar escuro, não via nada a um palmo de distancia, exceto, por algo ou alguma coisa a sua frente. Estava deitada no chão, sentia seu peito doer em um lugar único, como se tivesse levado um soco ali, na boca do estomago, e aquilo doía... Era frio.

A escuridão sorriu, mostrando lindos dentes brancos, com presas enormes, mas a garota não se assustou, nem mesmo quando os olhos, vermelhos como sangue, lhe fitaram interessados. Sabia que tinha acontecido algo consigo. A dor, o sacerdote lhe descendo a lamina, o som dela cortando o ar enquanto era desferida em sua direção...

- Onde... Estou? - A escuridão se aproximou. - Quem é... Você? - Não conseguia ver seu adorno, mas sabia que ele se misturava com a escuridão, como se fossem um só.

- Eu... Eu sou a escuridão. - Sua voz era rouca e máscula, mas ao mesmo tempo era sexy e dava uma sensação segura aquela pobre garota. - E você criança, esta morrendo.

Ela riu, fracamente mas riu. Então sua hora finalmente havia chegado? Poderia se juntar aos seus pais, e a.. Ele... Aquele idiota não havia cumprido a promessa.

- Escuridão... Por onde você andava todo esse tempo? - Estendeu o pequeno braço a fim de tocar aquele ser, que tanto lhe acalmava, mas não esperava pelo retorno, nem mesmo sabia por que queria tanto tocá-lo.

Talvez fosse a curiosidade falando mais alto, ela era uma criança, e todas as crianças são abastadas de curiosidade. O que a surpreendeu foi quando sentiu algo frio segurar sua mão frágil e delicada.

- Não havia de ter mínima vontade de conhecer-te, mas já que estais aqui...

- O que há dentro de você? - Perguntou ele serio, curvando-se sobre o corpo já quase morto.

- Eu ao menos sei o que há dentro de mim...

- Me digas o que sentes neste momento lacônico, me digas o que queres, e irei lhe propor um contrato.

- Em que algo morto como eu lhe beneficiaria?

- Em troca de minha lealdade em torno de sua vingança, tu me darás tua alma. Não há nada a perder, senhorita.

- Realmente não há...

- Sua dignidade não lhe foi tirada sem escrúpulos? Sente-se feliz com isso?

- Não! Quero que eles queimem, quero que eles paguem e sintam-se humilhados como eu fui, escuridão! - Sua voz saíra firme, mas estaria ela disposta a matar? Não... Eles mereciam, mas havia uma batalha a ser travada em sua mente, e aquilo a incomodava.

Era como se a pena fosse algo cravado na alma do ser humano, sempre gentil e caridoso, ate sentir na pele o que era a dor de verdade, o desprezo, a humilhação.

- As portas do inferno também a estarão fechadas, lá não há lugar para a pena. Já ouviste falar em Purgatório?

- Não tenho pena! - Bradou ela.

O ser pôde notar, que aquela alma que havia lhe dado água na boca dias atras havia voltado, aquele brilho carmesim queimavam em seus olhos, se antes havia tido alguma duvida, agora não restara nenhuma.

- O que queres então?

- Quero vingança.

- Então eis minha proposta: Depois de alcançada sua vingança, nada mais a ti é útil. Então, serei sua espada e seu escudo nessa jornada, lealmente... Se, em troca, você me oferecer sua alma.

- Como quiseres.